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Enviada em: 30/05/2018

De acordo com Martin Luther King, líder de movimentos afro americanos nos EUA, aceitar o mal sem protestar é uma forma de cooperar com ele. Ao analisar as frequentes manifestações populares ao redor do mundo, vê-se que a população concorda com esse pensamento, demonstrando seu descontentamento com a atual conjuntura de um país e reivindicando por cidadania.       Por exemplo, o caso das “Diretas já”, protesto ocorrido no Brasil em 1984, que prova o quanto a união de um povo pode ser fundamental na busca por seus direitos. Juntando 1,5 milhão de brasileiros, o movimento conseguiu acabar com a ditadura no país, após 30 anos de regime, fato decisivo na criação da Constituição de 1988 e nas eleições diretas, um ano depois.        Porém, numa etapa da história da humanidade em que princípios éticos básicos são desrespeitados constantemente, vemos a liberdade de expressão sendo ferida, embora assegurada pela Constituição Federal supracitada (art. 5º) e pelos Direitos Humanos. Meios midiáticos, como televisão e jornais, são dominados majoritariamente por esferas mais ricas e/ou pessoas vinculadas ao governo. Por conseguinte, o que se vê certas vezes é uma manipulação da mídia perante manifestações, mostrando apenas seus lados negativos (como por exemplo, exceções não pacíficas) ou omitindo opiniões contrárias à sua ideologia, como as de classes marginalizadas.       Ademais, por ser em sua maioria estruturadas por um numeroso grupo de indivíduos, as manifestações nem sempre conseguem estabelecer opiniões homogêneas, há casos em que uma minoria de pessoas parte para atos violentos ou confrontos com a polícia. Logo, atitudes como essas fazem com que os protestos sejam vistos por alguns de maneira preconceituosa e, muitas vezes, erroneamente associados a atos de rebeldia, o que prejudica o seu real caráter: o desejo de um mundo melhor, seja na busca por seus direitos, seja na luta contra o preconceito ou até mesmo mostrando sua indignação diante de um governo corrupto.       Mostra-se eficaz diante desse cenário fragilizado, portanto, que, por meio da exigência de documentos e fontes comprobatórios, a União, em esfera nacional, crie um órgão de fiscalização, afim de que seja avaliada a veracidade das notícias divulgadas, para que em casos de manifestações não seja favorecido apenas o lado favorável à mídia. Além disso, o MEC, em parceria com as prefeituras, deve instituir peças publicitárias nas escolas e em eventos públicos, para que haja uma orientação frequente do cidadão comum quanto a seus direitos civis, mostrando a necessidade de uma luta pacífica quando esses não lhes forem dados, incentivando as manifestações justas. Aumentam assim as chances de se alcançar uma cidadania pragmática e realmente legítima e plural.