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Enviada em: 04/06/2018

Desde os primórdios da sociedade moderna, a liberdade de manifestação é tida como uma das bases de um Estado democrático. No Brasil, em consequência do processo de desenvolvimento rápido e desordenado vivido pelo país, o mesmos enfrenta diversos problemas, como a falta de investimento público em setores essenciais, que provocam a insatisfação da população. Diante dessa questão, urge a necessidade de debater e compreender a importância de tal prática e seus impactos na sociedade.      Em um primeiro momento, é importante ponderar sobre o ineficaz papel do Estado no que diz respeito a garantia dos direitos fundamentais individuais. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratrualista John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de assegurar que os cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação e saúde de qualidade), o que expõe a população a uma condição de descontentamento e desrespeito. Assim, se as diretrizes do contrato não forem cumpridas é papel do indivíduo reivindicar e exigir seus direitos, sendo as manifestações um dos meios para tal.      Diante deste raciocínio, cabe uma reflexão acerca das formas de mobilização social em meio ao crescente impacto da modernidade na organização da sociedade. A fluidez dos vínculos humanos, característica do processo de globalização, atinge diretamente a forma como o homem interage com o meio e com seus semelhantes. Dessa forma, a internet surge como principal ferramenta de debate, onde grupos sociais diversos expõem, com grande liberdade, sua indignação com o mundo que os cerca e, por intermédio das redes sociais, se organizam em função de uma causa comum.     Segundo Schopenhauer, os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca. Nesse âmbito, torna-se evidente o importante papel da internet no contexto das manifestações do século XXI. Por meio da abordagem dada pelos atuais meios de comunicação, o indivíduo toma conhecimento e avalia as demandas de sua comunidade de forma participativa e crítica, dificilmente se ausentando diante das mazelas cotidianas. Assim, o acesso a tais mecanismos auxilia na formação de indivíduos com senso crítico e capazes de reivindicar seus direitos.     Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola, em consonância com o Poder Público, promova a formação de cidadãos críticos e ativos quanto as mazelas da sociedade, por intermédio de palestras, debates e com a ampliação do acesso à tecnologia para que atuem em suas comunidades de maneira efetiva. Além disso, é imprescindível que o Estado destine maiores investimentos, advindos da arrecadação pública, à áreas específicas, como saúde e educação, com o objetivo de oferecer a população uma formação mais eficaz e condições dignas de vida.