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Enviada em: 30/05/2018

Quem cala, consente                                                                                A célebre citação do importante ativista norte-americano Martin Luther King explicita o atual panorama político-social das nações mundiais quando diz que o que preocupa é o silêncio dos bons, e não o grito dos maus. Tendo em vista tal raciocínio, percebe-se historicamente que o ato de calar-se opõe-se ao desejo de mudança, logo, manifestar-se diante das insatisfações é não limitar-se ao voto na participação política e, acima de tudo, intervir quando as necessidades sociais não condizem com as ações governamentais.   Trazendo essa questão para o cenário brasileiro do século XXI, nota-se o crescente engajamento político da população quando as "jornadas de junho"- série de manifestações contra o aumento das tarifas de transporte público, entre outras reivindicações, obtiveram destaque internacional no ano de 2013. Tal feito desconstruiu a postura passiva de uma nação erguida sob os pilares da corrupção, e mostrou ao mundo que, de fato, "o gigante acordou" e agora, seu sono está cada vez mais leve.    Ademais, ainda no território brasileiro, não correspondendo os gastos públicos com as necessidades da população, a onda de protestos seguiu no ano de 2014. impulsionada pelas despesas exorbitantes e desvios de verbas ocorridos durante as preparações para a Copa do Mundo com sede no país, os cidadãos tomaram as ruas fazendo jus ao artigo primeiro previsto na Constituição Federal de 1988, no qual diz-se que "todo poder emana do povo", provando que a política do "pão e circo" não conteria uma nação cansada de padecer sob falácias de quem deveria representá-la.          Sabendo-se do direito constitucional ao manifesto, é de suma importância, portanto, que cada vez mais a população reconheça sua força e através dela exteriorize suas insatisfações e anseios. Para que isso seja possível, os cidadãos devem, primeiramente, tornarem-se ativos na participação política, se orientando sobre todas as decisões que tramitam nos Três Poderes, a fim de que, com isso, possam interferir quando as mesmas ferirem seus direitos. Outrossim, com o advento da tecnologia, tornou-se possível contatar uma gigantesca quantidade de simpatizantes, logo, a população também deve se apropriar desse benefício para publicar o seu pensamento em busca de atrair mais e mais adeptos para lutar pelo bem maior, por meio de blogs, postagens em redes sociais e vídeos. Só assim, portanto, poder-se-á alterar a frase de Luther King, visto que não haverá silêncio dos bons, tampouco o grito dos maus..