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Enviada em: 02/06/2018

Muralha, não da China      Na Grécia Antiga, a Ágora das Pólis gregas era o lugar onde os cidadãos se reuniam para discussões públicas, é ali que nasce, em Atenas, a democracia. A partir desse período, é notável que as manifestações populares, em busca de direitos e mudanças, estão presentes durante todo processo de formação das sociedades pelo mundo. Ainda que estes protestos sejam importantes no exercício da cidadania, legais e válidos, diversas são as barreiras que não os permitem, muitas vezes, serem aderidos em sua totalidade, o que se deve a fatores sociais e políticos.       Mais do que lutar pelos direitos do cidadão, contra desigualdades e abusos, em diversos sentidos, as manifestações populares evidenciam a coragem e a força do povo. Esse exercício da cidadania é de suma importância para a garantia da democracia e da ordem, pois a partir da grande mobilização social, o homem passa a ser notado e ouvido. No Brasil, um exemplo de que a participação popular é relevante, foi o movimento das Diretas já.       Por outro lado, muitas, vezes, essas manifestações estão munidas de violência e interesses políticos, e tornam-se revoltas. A presença do vandalismo, radicalismo e a ausência do respeito geram o medo na população. Além dessa aversão, há grupos de oposição, ao governo ou à causa, que se aproveitam do cenário para instigar o caos. E ainda, no caso do Brasil, existe uma incredibilidade política; mesmo com toda movimentação dos protestos e seus reflexos na sociedade, as medidas tomadas são provisórias, apenas para "abaixar a poeira". Consequência desses fatores é a formação de um muro entre o homem e a prática da cidadania.       Fica claro, portanto, o valor desse ato para a constituição democrática, porém ainda há aspectos que impedem sua plena eficácia e aderência. A fim de que tal realidade mude, é necessário que as instituições de ensino, como formadoras de princípios morais e éticos, promovam a educação política e da democracia e instiguem a atividade da cidadania por meio de debates e da pedagogia do representante de turma. Além disso, as famílias devem enraizar em seus ambientes o respeito ao próximo, além do sentimento de pertencimento à construção identitária do país, deixando de olhar para interesses individuais e enxergar as necessidades coletivas, desenvolvendo, assim, uma sociedade mais tolerante e políticos menos corruptos. Somente dessa forma, será possível derrubar as muralhas que dificultam a presença de uma soberania popular.