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Enviada em: 03/06/2018

Entre os anos de 1983 e 1984, ocorreu no Brasil o movimento "Diretas Já", que foi uma manifestação que reivindicava a volta das eleições presidenciais democráticas no país, após o mesmo ter vivido 21 anos sob o regime militar. A partir disso, ao analisar a realidade, percebe-se que esta mobilização civil acontece com grande frequência e notoriedade, sendo consequência de uma população insatisfeita com um Estado repressor e muitas vezes, desigual. Nesse contexto, é importante compreender como a negligência governamental e a consciência cidadã contribuem para essa questão. Convém ressaltar, a princípio, como o contexto socioeconômico contribui para o cenário de manifestações atualmente no Brasil. Sob esse viés, é possível analisar que um dos fatores que corroboram para o surgimento de movimentos sociais são as falhas providas pelo Estado, muitas vezes ineficiente para uma parte da população, excluindo seus direitos básicos presentes na Constituição Cidadã de 1988. Tal fator é exemplificado com o Movimento dos Sem Terra (MST), que tem sua luta baseada na reforma agrária e é inspirado pelos preceitos marxistas, onde é constantemente afirmada uma luta de classes entre o dominado e o dominador. Vale ressaltar, também, os fatores que contribuem para o engajamento social nas manifestações atualmente. Nesse contexto, é importante ressaltar o papel de destaque que a internet e as mídias sociais têm no que concerne à propagação e articulação de tais movimentos, aumentando exponencialmente o alcance das pessoas às manifestações e, assim, fortalecendo a resistência contra o autoritarismo governamental. Contudo, ainda é visível como o governo tende a reprimir o estado de direito e luta em prol de suas causas, inclusive com o uso da força policial, reafirmando o conceito opressor da ditadura militar brasileira.  Em suma, as manifestações populares do século XXI seguem o padrão histórico da luta popular pelos seus direitos, liberdade e alcance de uma vida em pleno exercício democrático. Sob a perspectiva do filósofo alemão Jürgen Habermas, para que haja a comunicação plena e o acordo de interesses deve-se existir o agir comunicativo. Portanto, cabe ao Estado assegurar que esses direitos democráticos sejam concedidos, visto que o direito a livre expressão do pensamento e de manifestação constam na carta magna brasileira, com o objetivo de sanar possíveis enfrentamentos e promover a coesão de ideias dos movimentos. Ademais, cabe à polícia militar e à população agirem de maneira ética e pacífica, havendo punições como multas para aqueles que destruírem o patrimônio público ou  ofenderem moralmente alguém, para que assim, as manifestações possuam verdadeiramente seu cunho político e provoque mudanças no contexto vigente.