Materiais:
Enviada em: 04/06/2018

A Primavera Árabe foi uma onda revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África a partir de dezembro de 2010. Com esse movimento, governos autoritários foram derrubados, o que favoreceu a democracia e a condição social desses países. Dessa maneira, denota-se a importância dessas ações na contemporaneidade. Portanto, é preciso esclarecer que a negligência estatal, perante as necessidades da sociedade brasileira, e a noção do poder de coletividade da mesma são os principais motivos que corroboram para esse cenário de destaque aos protestos.     É indubitável que a omissão do governo em questões referentes à sociedade, como saúde, dignidade, respeito, educação e segurança contribui grandemente para o surgimento de manifestações populares no Brasil. De acordo com John Locke, filósofo inglês, se as diretrizes do Contrato Social não forem cumpridas, o indivíduo tem o direito de se rebelar contra o Estado. Posto isso, fica perceptível que o Poder Executivo, ao negligenciar direitos inalienáveis, assegurados pela Constituição Federal de 1988, em detrimento de interesses pessoais, desvincula o papel da democracia e motiva cidadãos brasileiros a promoverem protestos em busca da realização de suas demandas.     Outrossim, a noção do poder de coletividade da população brasileira é um fator que colabora para a eclosão de protestos populares no Brasil. Na obra literária "O sertão vai virar mar", de Moacyr Scliar, Jesuíno Pregador, messiânico, evidenciava em suas pregações a necessidade de união da população pobre da Vila Buraco, a fim de conquistarem suas reivindicações. Dessa forma, essa parcela negligenciada no Sertãozinho de Baixo, motivada pelo poder do coletivo, conseguia promover movimentos significativos em busca de seus direitos. Portanto, nota-se a repercussão desse fato na atual sociedade brasileira.    Impende, pois, que as falhas do Estado sejam combatidas, pois ferem a democracia na contemporaneidade. Sob esse aspecto, Organizações Não Governamentais (ONGs) devem, em parceria com instituições de ensino, promover campanhas, oficinas e palestras na mídia, em escolas e associações de bairros a fim de difundir o quão é importante a manifestação populacional no que refere-se ao não cumprimento de seus bens e direitos. Com efeito, seriam preservados os direitos nacionais e o Brasil deixaria de ter, na prática, a dignidade fragilizada.