Enviada em: 04/06/2018

Para subverter a ordem vigente, diversos franceses saíram às ruas para destituir as medidas liberais do governo burguês do país, em 1848, num movimento conhecido como Primavera Dos Povos. Nesse ínterim, ao longo da história, é incontrovertível a relevância dos esforços coletivos que visam alterar políticas austeras de seus governantes. No entanto, assiduamente interesses de outrem são silenciados e movimentos cidadãos, distorcidos.     Em primeira análise, há dissidências no contingente demográfico, comuns em qualquer democracia. No entanto, minorias qualitativas e quantitativas têm suas reivindicações subjugadas por uma superposição de interesses, o que o filósofo inglês Tocqueville chamaria de Tirania da Maioria. Com isso, não são raros os casos nos quais há divergências sobre as políticas públicas a serem implementadas no sistema de transporte, por exemplo, que, quando definida, acabam por favorecer um grupo em detrimento de outro.        De outra parte, a busca de dar ilegitimidade aos movimentos contrários aos seus interesses fazem a imprensa e meios de comunicação de massa distorcerem as requisições ou o caráter da ação. Visto dessa lógica, o mês de maio no Brasil foi marcado por greves de caminhoneiros e petroleiros. Estes últimos tiveram suas lutas deturpadas à medida que o grande conglomerado televisivo as veiculou como anseio por melhores salários, conquanto o ideal de reivindicação fosse a política de preços da Petrobras.      De fato, coexistência sinérgica de interesses e o conhecimento da grande parcialidade da mídia se fazem relevantes a que se tenha manifestações mais cidadãs. Por isso, cabe ao Ministério Público a denúncia quanto aos interesses legítimos de classes marginalizadas, pressionando a União a usar mais plebiscitos e à câmara, para votarem propostas requisitadas, com o fito de atenuar essa sobrepujança da maioria. No mais e por fim, é dever da sociedade engajada democratizar a informação, fazendo com que a mídia seja cooptada a rever seu caráter tendencioso.