Enviada em: 04/06/2018

De acordo como escritor e jornalista argelino Albert Camus, somos responsáveis pelo que fazemos, pelo que não fazemos e por aquilo que impedimos de ser feito. Nessa perspectiva, no decorrer da história brasileira, os cidadãos foram responsáveis por movimentos em prol de diversas causas como direitos femininos, trabalhistas e raciais. Desse modo, essas mobilizações foram e continuam sendo fundamentais para a construção do  Estado Democrático de Direito. Logo, apesar das manifestações populares serem, muitas vezes,  usadas como meio de vandalismo, elas são a demonstração da luta por direitos.       Vandalismo , assaltos, violência e destruição de bens públicos. Isso, muitas vezes, vira manchete das notícias de jornais em dias de manifestações populares. Esse comportamento que diverge do propósito maior dos movimentos acaba sendo usado como forma de desviar o assunto que realmente precisa ser debatido e mudado no país. Dessa maneira, é preciso ressaltar a importância de movimentos pacíficos, entretanto,  não da para ter essa garantia, uma vez que vandalismos está intrinsecamente presente na realidade brasileira e pode, assim como em manifestações, ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. Assim, o importante é que o foco da sociedade não seja, por exemplo, o ônibus que foi queimado como forma de protesto, mas sim a consciência de que a mobilização luta contra os altos preços cobrados no transporte público.       Em um cenário marcado por escândalos de corrupção, a transformação do brasileiro apático em um cidadão que se interessa pela política e luta por seus direitos tornou-se um poderoso instrumento de construção de cidadania e dignidade em uma sociedade democrática. Um belo exemplo disso foi a greve dos caminhoneiros desse ano, a qual mostrou a insatisfação de um setor pouco valorizado, mas extremamente importante pra economia do país, que , assim como muitos brasileiros, estavam insatisfeitos com o preço dos combustíveis. Madre Teresa de Calcutá já disse: " o que eu faço é apenas uma gota no oceano, mas sela ela o oceano seria bem menor". Assim, se cada pessoa não tivesse apoiado e entrado na luta a favor dos caminhoneiros ou das inúmeras manifestações históricas, talvez elas não ganhariam a proporção, muitos menos as conquistas que tiveram.       Urge, destarte, que a consciência cidadã crítica e proativa  seja instigada desde a infância. Para tanto é papel das escolas realizar encontros aos finais de semanas com pais, alunos e professores da área de ciências humanas para debater sobre cidadania, democracia e dignidade, além de inserir essas discussões durante as aulas. O objetivo é que, com o conhecimento acerca dos acontecimentos históricos e seus desfechos,os alunos saibam a importância de manifestar seus direitos quando preciso.