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Enviada em: 15/06/2018

Em março de 2018, milhares de cidadãos se reuniram diante da ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) para um ato em memória da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, assassinados quando voltavam de um evento. A mistura de tristeza e indignação impulsionou manifestações populares que cobravam a apuração do crime e prestavam solidariedade num momento tão lastimoso. Nesse sentido, nota-se a importância das manifestações para alterar o cenário de inércia política dos indivíduos e incitar melhorias.             Em primeiro lugar, a força coletiva tem enorme impacto no âmbito social. A História comprova que a mobilização dos indivíduos contribuiu para combater a opressão, como visto durante as “Diretas Já”, movimento que ocorreu na década de 80 em torno da luta pela democracia frente ao período ditatorial no Brasil. Tal fato, posteriormente, impulsionou a restauração do poder civil e a retomada das eleições diretas, evidenciando que a participação da comunidade é uma ferramenta de transformação política.           Por outro lado, a violência utilizada para reprimir protestos também é uma realidade. Em 2015, por exemplo, professores do Paraná tentaram acompanhar a votação de um projeto de lei que mudava o custeio do Fundo da Previdência do Estado, mas foram barrados na porta da Assembleia e covardemente agredidos por policiais. Esse episódio foi apenas um, dentre vários, que confirma o abuso de poder das autoridades, ferindo a liberdade de expressão garantida pela Constituição de 1988. Por conseguinte, a sensação de medo se instaura e faz com que muitos cidadãos tenham receio de manifestações, sendo que estas são uma forma legítima de preservar a cidadania.            É preciso, portanto, conter esse impasse e valorizar as marchas populares em prol dos direitos democráticos. Para tal, políticas de segurança pública são imprescindíveis para oferecer novos treinamentos aos policiais, a fim de que esses tenham uma perspectiva mais humana e respeitosa acerca dos indivíduos. Ademais, na escola, os professores de ciências humanas devem incitar a reflexão por meio de documentários e promover debates sobre a relevância das manifestações populares para a manutenção do bem-estar social. Só assim, os brasileiros se erguerão do berço esplêndido e caminharão em busca de mudanças.