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Enviada em: 18/10/2018

"Posso não concordar com vossas palavras mas defenderei até a morte o direito de proferi-las", frase esta do filósofo iluminista Voltaire, imortalizando seu posicionamento concordante com a liberdade de pensamento e expressão, servindo de inspiração para os burgueses da época que iniciaram a Revolução Francesa, expressando seu descontentamento com o regime monárquico da época, assim como é feito na atualidade com manifestações populares.       Ainda que, o Século das Luzes e a revolução supracitada datem séculos, a contemporaneidade é guiada pelos mesmos princípios que a população da época, visto que, é constante a ocorrência de protestos em forma de manifestações populares no Brasil e no mundo, evidenciando sua frustração com entidades no poder (essa relação é comumente estabelecida entre população e Estado), em aglomerados. Conquanto a maior parte destes tenham a finalidade de pronunciar-se de maneira pacífica, alguns dão-se de maneira violenta e ilegal, descaracterizando assim, todo o propósito do direito de liberdade de expressão e manifestação garantido constitucionalmente.      Por conseguinte, é popularizada a forma ativista denominada "Black Bloc" com princípios anarquistas contra o capitalismo e a globalização, promovendo o dano material de materiais pertencentes a empresas multinacionais ou até mesmo o Estado, depredando os bens públicos afim de demonstrar seus posicionamentos de maneira violenta e vândala.       Esta conduta é abordada e debatida na teoria contratualista de Thomas Hobbes, na qual o homem em seu "estado natural" seria violento, ambicioso e selvagem, possivelmente causando inúmeros conflitos entre os indivíduos, urgindo, destarte, a necessidade de um terceiro que asseguraria e regularia os comportamentos toleráveis dentro da convivência humana. Isto é, o Estado regula o comportamento que os cidadãos podem ou não ter, justificado na agressividade em que o ser tem quando não limitado pelo mesmo.       Diante do posto, é evidente e indubitável a necessidade de medidas que resolvam esta problemática, entretanto, manifestar-se é um direito que não deve ser desrespeitado, à vista disso, cabe ao indivíduo a tarefa de conscientizar-se acerca de seus direitos e deveres através dos códigos de leis, afim de entender que seu protesto não deve ferir a propriedade alheia. Ademais, o Estado em sua figura de Ministério da Segurança conjuntamente com a mídia, devem divulgar e incentivar a utilização da comunicação não-violenta por parte dos manifestantes. Somente desta maneira, Voltaire continuaria sendo um pilar de inspiração para uma população que merece ter seus direitos defendidos por um iluminista, sem respeitar o direito do outro a propriedade.