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Enviada em: 31/08/2018

"Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele". Partindo da premissa de Martin Luther King de que o silêncio dos oprimidos pode perpetuar a injustiça, as manifestações populares passaram ser mais frequentes na atualidade e vêm sendo potencializadas pelo advento da internet, cuja utilização passou a fazer parte dos engajamentos e organizações de protestos neste século. Com isso, houve a facilidade de divulgação de ideias e compartilhamento de indignações em comum frente às diversas inconsistências na sociedade, como a instabilidade política no Brasil, devido aos escândalos de corrupção, e a fragilidade das minorias sociais, que vêm sofrendo com intolerâncias e discursos de ódio. Sendo assim, é importante que todos os setores da sociedade sejam ouvidos e tenham suas necessidades atendidas.       Em primeiro lugar, é necessário ressaltar a importância das mídias sociais nas manifestações populares do século XXI e o quão eficazes vêm sendo. Prova disso, segundo dados da TIC domícilios de 2016, é que 108 milhões de brasileiros estão conectados na internet, o que representa mais da metade da população do país, culminando na popularidade das redes da web e na organização de protestos por meio delas, como foi o caso dos movimentos contra e a favor do impeachment, em 2016, e da recente greve dos caminhoneiros, em maio, reivindicando reparações financeiras do Estado. Destarte, é essencial que o Governo se dê conta disso e dê mais atenção às mobilizações.       Além disso, as minorias sociais, que estão em posição de fragilidade democrática, passaram ter mais reconhecimento e sensibilização da sociedade nos últimos anos, resultando no empoderamento desses grupos e em suas manifestações por equidade social. A título de exemplo, no Brasil, há a parada anual LGBT+ nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, trazendo mais visibilidade à causa e, assim, mais reflexão acerca da persistência do preconceito. Ademais, no norte do Brasil, a população indígena, que é bastante discriminada, vem lutando pela valorização de sua cultura e pela demarcação de terras, o que denota a importância de dar voz a esses grupos marginalizados. Então, é notório que as manifestações populares atuais também abrangem grupos sociais em desvantagem e que merecem ser ouvidos.       Torna-se evidente, portanto, que as mobilizações populares estão cada vez mais fortes e que políticas públicas visando suas necessidades são imprescindíveis. Diante disso, o Poder Executivo precisa reforçar a transparência para a população, por meio de aplicativos e sites que detalhem os gastos públicos e as pautas debatidas no Congresso Nacional, a fim de que todos os setores da sociedade possam ficar a par de tudo o que acontece na política brasileira. Outrossim, é importante que a mídia e o Estado possam dar voz às minorias, mediante políticas públicas de inclusão e espaços de fala para promover a diversidade tão necessária para o enriquecimento da cultura do país.