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Enviada em: 13/01/2018

As manifestações populares, ao longo da história, demonstraram o poder que a sociedade possui quando se organiza em prol de uma causa. Nesse contexto, diversas manifestações civis foram capazes de mudar o curso da história, como o movimento negro nos Estados Unidos, as manifestações contra o Apartheid na Africa do Sul e as "diretas já" durante a ditadura militar brasileira. No atual século, no entanto, as manifestações populares vêm perdendo sua legitimidade, seja pelo uso da violência por parte dos manifestantes, seja pela repressão desproporcional por parte das autoridades públicas.      Em diversos momentos da história, grupos civis organizados foram capazes de influenciar positivamente os seus governos em prol do bem estar da população. O movimento negro nos Estados Unidos liderado pelo pastor Martin Luter King, por exemplo, em meados do século XX, foi capaz de por fim a anos de segregação e discriminação racial contra os afro-americanos, institucionalizadas nas leis conhecidas como "Jim Crow". No continente africano, ademais, leis similares dividiram o território sul-africano  de modo a beneficiar os colonizadores europeus com as áreas ricas em diamantes e ouro. Nesse episódio, outro movimento social surgiu, dessa vez sob liderança do Mandela, que foi capaz de devolver a região para o povo nativo. No Brasil, o movimento "diretas já", foi responsável pela aceleração do processo de redemocratização e fim da ditadura no país.      Nessa esteira, quando a sociedade se organiza de modo claro e objetivo para expor seus anseios e demandas, o governo - criado para servir a própria sociedade - não tem outra opção senão ceder. Contudo, nota-se que atualmente as manifestações vêm adquirindo paulatinamente  um caráter extremista e violento, o que consubstancia em sua deslegitimação política. Tendo em vista esse cenário, os governantes autoritários veem nesse contexto, uma forma de utilização da repressão excessiva com o objetivo de coibir novos eventos dessa natureza. A Síria de Bashar al Saad e a guerra civil que se estende no país desde 2001, é um exemplo extremo dessa conjuntura.      Assim sendo, a tendência é que, com o avanço da globalização, a população aumente sua consciência a respeito da sua posição basilar no seio da sociedade política e como vetor de mudança social. Para isso, não obstante, as manifestações necessitam ocorrer de forma organizada e objetiva, com o intuito que os seus governantes possam compreender suas demandas; e modo pacífico, para que o poder público não encontre brechas para aplicação da força e mitigação das liberdades de expressão e associação.