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Enviada em: 28/01/2018

Segundo o sociólogo Zygmund Bauman, "as manifestações são a locomotiva da história". Nessa perspectiva, pode-se afirmar que essa ação popular exerce grande influência sobre o estado de inércia no qual grande parte dos políticos se encontram. Contudo, as vezes o sentimento coletivo - força motriz da locomotiva citada por Bauman - dá lugar ao individualismo de cada grupo.       O século XXI está repleto de várias conquistas obtidas através das manifestações populares. Bom exemplo disso é a primavera árabe, uma série de manifestações que começou na Tunísia e se alastrou por diversos países do Oriente, todas em pró de um único objetivo: derrubar as ditaduras impostas há décadas sobre eles. Dessa forma, parafraseando o Filósofo Sêneca, só há ventos favoráveis para navegantes que sabem onde querem chegar.           Por outro lado, em meio a liquidez contemporânea, muitas manifestações se perderam no meio do caminho por falta de propósito. As manifestações ocorridas no Brasil no ano de 2013 exemplificam bem esta perspectiva, ao começar a lutar contra o aumento na tarifa de ônibus e relegar o coletivo à condição de colateralidade, com cada grupo lutando pelo seu próprio interesse. Desse modo, como disse Eduardo Galeano, célebre escritor uruguaio, " um passo de cada vez, pois eu não conheço outra maneira de se chegar a algum lugar."           Infere-se, portanto, que as manifestações populares do século XXI foram de extrema importância nas conquistas democráticas. Partindo desse viés, é importante que a população, seja ela estudante, empregado ou empregador, assim como os manifestantes fizeram na Primavera Árabe, usem as tecnologias presentes na hodiernidade como mola propulsora dos avanços rumo a democracia, a fim de reunir pessoas de diferentes classes, etnias e crenças em busca de um único objetivo. Além disso, é importante que os influenciadores digitais - grande característica do século atual - a partir de seus respectivos meios de comunicação, engendrem na população o sentimento de coletividade para que, seguindo as orientações de Galeano, a democracia seja gradativamente conquistada.