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Enviada em: 29/03/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos - promulgada em 1948 pela ONU - prevê que todos os indivíduos têm o direito a manifestar-se em prol de alguma causa social. Diacronicamente, as manifestações populares têm ganhado espaço e notoriedade no cenário geopolítico internacional. Por certo, o papel das redes de comunicações e, em especial, o da internet foi imprescindível para a veiculação de informações acerca dos acontecimentos. Apesar dessas conquistas, ainda há muito para fazer, o que torna-se passível de discussão a forma repressiva com que essas manifestações são coibidas.   Com as ascensão da internet, as manifestações sociais passaram a ganhar muita notoriedade no mundo. Um exemplo disso, são as manifestações sociais ocorridas em 2011 na Tunísia, onde por meio da rede social "Facebook" foi possível veicular informações com maiores alcances e velocidade. Nesse mesmo caso, os cidadãos tunisianos protestavam contra os abusos do ditador Ben Ali, que perdeu o poder do país logo após tais manifestações. Esse pensamento pode encaixar-se perfeitamente na alusão feita pelo sociólogo Roberto DaMatta à importância dos movimentos sociais: as manifestações têm por um único objetivo melhorar as condições de vida dos cidadãos que, muitas vezes, são discriminados por seus governantes. Dessa forma, nota-se a imprescindibilidade dos atos supracitados.    Direitos civis e sociais para negros, fim de governos ditatoriais, sistema de educação com mais qualidade e fim de guerras. Muitas são as conquistas refletidas pelos movimentos sociais no mundo. Entretanto, no perpassar do presente século, observa-se uma latente repressão aos cidadãos que se organizam para reivindicar os seus direitos. Sobre essa mesma ótica, segundo dados da ONU, aproximadamente 90 mil pessoas morreram neste século por fazerem parte de algum movimento social. Partindo dessa verdade, surge-se a necessidade de se revisar a influência dos Direitos Humanos sobre os países do mundo.     Parafraseando o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo e necessita que seus órgãos estejam sadios para o pleno funcionamento. Tomando como norte a máxima do autor, para que as manifestações sociais tenham seus objetivos alcançados, são necessárias medidas concretas que tenham como base a tríade Estado, ONGs e mídia. O Estado deverá criar leis que proíbam a repressão violenta às manifestações, com efeito, seus cidadãos poderão reivindicar os seus direitos; as ONGs e a mídia, em trabalho conjunto, deverão veicular campanhas de apoio às manifestações sociais em programas de grande audiência, com a finalidade de alcançar as autoridades. Só assim, construir-se-á caminhos seguros para a democracia.