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Enviada em: 05/11/2018

No início do século XXI, o caso do antigo agente do serviço secreto americano, Edward Snolden, surpreendeu o mundo, em especial o Governo do Brasil, que descobriu a partir disso um esquema de espionagem e roubo dos seus dados. Nessa ótica, é possível notar como a internet pode ser usada para favorecer interesses de grandes corporações, sendo preciso analisar como esses atos maléficos são usados para manipular o comportamento de internautas brasileiros. Desse modo, deve-se pontuar como à Indústria Cultural aliada a falha estatal, são mecanismos de ampliação desse lamentável quadro.        Antes de Tudo, é válido ressaltar que o capitalismo, com sua forma desenfreada de buscar o lucro, evoluiu para utilização de artifícios de alienação social. À vista disso, consoante as ideias de Adorno, a Indústria Cultural, ao buscar a elevação do consumismo, procura incessantemente manipular à sociedade, por meio da diminuição do senso crítico dos brasileiros. Por conseguinte, as grandes empresas, como Facebook e Instagram, criam "bolhas virtuais", para inserir os usuários em âmbitos que favorecem seus interesses, excluindo as diferentes ideias que possam lhe desagradar. Diante disso, cria-se um cenário favorável à marginalização dos pensamentos, e consequente aumento das vulnerabilidades sociais, além da perpetuação do flagelo da civilização.       Outrossim, é ingênuo não observar como o caso Snolden, ocorreu devido à inoperância de parte do Poder Público em investir na proteção do seus dados.Sendo assim, é notável como tal ato imprudente, afeta  diretamente a confiabilidade do cidadão com o Governo, posto que os elementos roubados implicam na desvalorização de um direito magno: o de propriedade privada. Essa conjuntura, de acordo com o Jean-Jacques Rousseau, caracteriza-se uma violação do "contrato social", pois o Estado ao não garantir os direitos inalienáveis, interfere na integridade do corpo social, ao submete-lo à ausência da segurança de seus dados, e acaba por deixar aberta a manipulação, dos brasileiros, por outras nações.       Torna-se evidente, portanto, que a Indústria Cultural atrelada à insuficiência pública são vetores do problema em questão. Logo, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas, ampliar a criticidade dos internautas, por meio de palestras e debates — ministradas por mestres e doutores em sociologia social —, a fim de proporcionar um ambiente cada vez mais crítico e mitigar manipulação social. Paralelamente, é imprescindível à atuação do Ministério Público Federal, que por intermédio da mudança da Lei de diretrizes orçamentárias, amplie os investimentos em segurança digital, para enfim proteger os dados da população brasileira, da alienação capitalista. Somente assim, será possível reverter esse quadro alienante, como expresso por Adorno, e conseguir minguar esse problema.