Materiais:
Enviada em: 09/11/2018

No filme "O jogo da imitação", a abordagem acerca da influência do homem sobra a máquina - e a utilização dos meios tecnológicos para vencer o adversário bélico - evidenciou o poder digital. Contudo, nos dias de hoje, a internet ganhou forças e, em um processo subversivo, coloca os dados dos indivíduos sobre seu domínio. Com isso, a condutibilidade da ação humana, através desse sistema, torna o usuário livre para seu próprio aprisionamento, dá uma falsa sensação de liberdade e, ainda, potencializa a massificação do pensamento.     Em primeira análise, os algoritmos formulados nesse meio de comunicação são modelos que garantem, injustamente, a perpetuação da dominação daqueles que os detêm sobre aqueles que os utilizam. Pois assim como conceituou Karl Marx a respeito da alienação exercida pela máquina, infelizmente esse padrão se remodelou ao ter o comportamento humano persuadido pela internet. Em síntese, as influências que os sites usam para ganhar usuários e fortalecer as vendas são frutos do desrespeito para com o direito à informação imparcial.     No mesmo sentido, há uma homogeneidade nesse processo de dominação que raramente pode ser percebido pelo indivíduo. De acordo com Michel Foucalt, no livro "Vigiar e Punir", os modos que garantem o poder coercitivo são sutis e sempre eficazes. E de semelhante maneira, as informações expostas pelos usuários na internet permitem que corporações de grande capital e com visão lucrativa juntem dados e criem esse sistema que conduz, desumanamente, o corpo social a um consumo livre e irracional daquilo que é imposto.    Destarte, é imprescindível que ações sejam tomadas para findar a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. A início, que o Ministério da Educação estimule a educação digital nas instituições escolares, através de uma parceria com as universidades tecnológicas e ensino básico, na qual os graduandos, em uma linguagem familiar aos demais alunos, devem promover palestras e mecanismos para evidenciar o controle da internet e instruir seu correto uso, a fim de evitar que esse mal se perpetue. Paralelamente, que haja ações legalistas no Congresso Nacional para positivar uma rígida fiscalização e punição de empresas que pratiquem tal comportamento no ambiente digital.