Materiais:
Enviada em: 07/11/2018

Ao contrário do que versa o Hino Nacional Brasileiro acerca do "Sol da liberdade", os indivíduos do país têm os seus comportamentos cotidianamente manipulados pelo controle de dados na internet. Por conseguinte, tal cenário reverbera prejuízos à sociedade e, assim, tornam-se indispensáveis ações para combater essa problemática. Ademais, no que tange aos desafios para a tomada consciente de decisões, é relevante salientar a "bolha" digital na qual os usuários estão inseridos, bem como a reificação dos internautas pelo comércio virtual.     Em primeiro plano, a filtragem de informações existente na internet promove o narcisismo digital, ou seja, sistemas de aplicativos e de redes sociais disponibilizam apenas conteúdos os quais ratificam as opiniões dos usuários e velam conteúdos divergentes. Essa "bolha" virtual criada vai de encontro ao discurso do sociólogo Pierre Levy, cujo pensamento baseia-se no potencial emancipador da internet, porquanto a seleção de informações impede o indivíduo de rever criticamente seus posicionamentos. Dessarte, os algoritmos virtuais são, muitas vezes, responsáveis pela perpetuação de comportamentos intolerantes ao disponibilizar para os internautas apenas materiais complacentes com seu modo de pensar.     De outra parte, o comércio virtual traz como consequência uma "obediência influenciada" por meio da reificação dos cidadãos. Com efeito, homens e mulheres são desumanizados no momento em que passam a ser vistos apenas como mercado consumidor e têm seus dados expostos com vistas à construção de uma máquina eficaz de sugestões de compras e da consequente manipulação de comportamentos. Assim, a garantia do direito à liberdade, prevista pelo Artigo 5º da Carta Magna de 1988, é desobedecida pelos algoritmos, os quais, por intermédio do controle de dados, moldam a maneira de pensar e de escolher dos potenciais consumidores.     Em suma, a manipulação dos comportamentos de internautas pelo controle de dados virtuais é extremamente negativa para a sociedade. Logo, cabe ao Ministério da Educação ampliar o acesso de jovens e de adultos a diferentes pontos de vista, mediante o debate em sala de aula acerca da emancipação trazida pelo conhecimento diversificado - o qual deve ser acompanhado pela divulgação de documentários como o "Juventude Conectada" - , a fim de mitigar os efeitos da "bolha" virtual. Outrossim, compete ao Ministério da Justiça - responsável pelas garantias individuais e jurídicas dos brasileiros - garantir a plena liberdade de escolha dos usuários, por meio do controle das informações disponibilizadas pelas redes sociais às empresas de "marketing", com o fito de reduzir a reificação dos consumidores. Nesse sentido, garantir-se-á o "Sol da liberdade" aos internautas brasileiros.