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Enviada em: 06/11/2018

"O ser humano nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado",essa assertiva, de Rousseau, correlaciona a sociedade atual, haja vista as inúmeras possibilidades - aos usuários - com o advento da internet. Entretanto, apesar de ser uma ferramenta multifacetada, a rede só proporciona liberdade no campo das ideias, pois muitos internautas são induzidos e manipulados por fatores intrínsecos. Em razão disso, deve-se discutir como o hipercapitalismo e o Poder Público corroboram a manipulação de quem usufrui do mundo virtual.     A priori, é evidente que o capitalismo Ocidental está atrelado à constante manipulação virtual. Segundo Karl Marx, a prática consumista é alimentada pela indústria cultural, na qual fundamenta-se na lógica do modelo capitalista. Ademais, essa indústria possui mecanismos artificiais que estimulam o consumo de seus conteúdos pelos internautas, visto que traçam perfis individuais para aumentar a eficácia e sucesso do programa. Por isso, quase toda nação é alçada de sua liberdade de navegação e interesse, pois, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 60% do tecido nacional acessa a internet e , por conseguinte, é manipulado.    Outrossim, o Poder Público faz-se conivente com a problemática. Isso decorre desde o governo de Getúlio Vargas, pois, esse, instaurou o Departamento de Imprensa e Propaganda, no qual tinha a função de manipular - por meio das ferramentas de comunicação - as informações que chegariam à população. Atrelado à isso, não há leis que possam punir e , tampouco, controlar tais artifícios no ambiente virtual. Por conseguinte, a população torna-se refém de um Estado não presente, no qual legitima e oferece impunidade aos executores da problemática.    Urge ,portanto, a necessidade de garantir a liberdade individual no ambiente virtual. Para isso, as Organizações Nacionais Não Governamentais, em consonância com profissionais da informática, devem promover campanhas - via blogs e redes sociais - com textos e imagens, de cunho referencial, a fim de exibir a forma de influência que a indústria exerce sobre os usuários e ,assim, minimizar o efeito. Além disso, o Poder Legislativo deve criar leis, aprovadas pelo Executivo, que autorize o monitoramento de forma legal do espaço virtual com o fito de punir crimes cibernéticos e restringir a área de atuação dessas máquinas sugestivas. Dessa forma, a dignidade da pessoa humana, conforme o artigo 5º da constituição, se tornará presente na esfera das redes.