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Enviada em: 05/11/2018

Durante a Era Vargas, foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) que era responsável por transmitir apenas notícias que favorecessem a imagem e reputação do presidente Getúlio Vargas e seu governo, censurando notícias de críticas relacionadas a ele. Assim, o governo poderia controlar o que a população deveria saber. Hoje, porém, não é muito diferente, pois os meios virtuais criam algoritmos capazes de identificar conteúdos para os usuários, baseando-se nos seus dados de navegação, interferindo no seu direito de escolha e, consequentemente, no seu comportamento.   Vale ressaltar, a princípio, que com o processo de globalização, as pessoas passaram a ficar mais conectadas e a usar cada vez mais ferramentas no seu cotidiano. Nesse cenário, a forma mais eficiente de alcançar um grande número de pessoas é usando os próprios meios digitais e, pensando nisso, sistemas foram criados para identificar os possíveis gostos de seus usuários, induzindo-os a escolher conteúdos já pré-selecionados, conferindo-lhes uma falsa sensação à liberdade de escolha.   Dessa forma, a navegação de usuários nos meios virtuais os tornam suscetíveis à influências programadas que podem induzi-lo em sua tomada de decisões, mudando o ramo de suas ações. A exemplo disso, tem-se lojas virtuais que, ao coletar os dados de seus visitantes, seus anúncios de vendas e promoções aparecerão frequentemente para esses usuários, podendo influenciá-los a comprar determinado produto sem que, na maioria das vezes, estejam precisando. Desse modo, o comportamento consumista do indivíduo acaba sendo incentivado.   Torna-se evidente, portanto, que o uso de dados de usuários a favor de determinado setor pode interferir no comportamento do indivíduo por meio da indução dos conteúdos digitais. Sendo assim, é importante que o Ministério da Educação, associado a empresas privadas do ramo tecnológico, ofereça programas de educação digital à população e invista em comerciais televisivos que mostrem aos indivíduos como eles estão vulneráveis às influências dos meios virtuais. Dessa forma, tais ações podem contribuir como desenvolvimento da autonomia do usuário em relação a pesquisa e, consequentemente, o uso consciente de seus dados, não contribuindo com as influências comportamentais induzidas pelo meio digital.