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Enviada em: 05/11/2018

Desde o surgimento do capitalismo moderno, esse sendo um conceito analítico em Weber e não um fenômeno historicamente datado, que a evolução das comunicações e o intenso uso das plataformas digitais via internet têm aumentado. Porém mesmo com o avanço da civilização a sociedade brasileira hodierna, como em uma narrativa kafkiana, assiste perplexa ao intenso manipulamento do comportamento do usuário pelo controle de dados da internet. Isso ocorre em virtude da ineficiência educacional em consonância com a deficiência coercitiva do Estado.    Com feito a mediocridade no ensino do uso dos aplicativos e das redes on-line contribui, significativamente, para a ausência de uma análise crítica e da independência das decisões no meio virtual. É possível constatar esse fato ao notar que, na Base Comum Curricular, não estão inseridas disciplinas que versem sobre a influência da internet na liberdade de escolha do usuário. Assim, como analisa o filósofo Folcault, o ensino apresenta-se de maneira mecanicista, em vez de social.    Outrossim, embora a Constituição Cidadã de 1988 tenha gerado grandes avanços sociais, a mansuetude das leis e das suas aplicações colabora para a permanência e frequência da obediência influenciada nas redes de internet. Nesse contexto, como preconiza Karl Marx, as condições materiais de uma estrutura social condicionam as relações entre os seus componentes. Dessa forma, o Estado, detentor dos mecanismos responsáveis por orientar os atores sociais para o equilíbrio harmônico entre a liberdade de escolha no meio virtual e a internet, falha em sua função social.     Associando, portanto, a ineficiência educacional e a deficiência coercitiva do Estado, tem-se o problema da manipulação dos usuários pelo controle de dados on-line. Para que isso seja resolvido, torna-se imperativo que o Governo, em parceria com ONGs, em sua função social, realize campanhas educativas, por meio de palestras, em instituições públicas e privadas, bem como nas redes sociais, a fim de conscientizar as pessoas sobre a influência da internet na liberdade de escolhas, promovendo, assim, a liberdade do usuário virtual. Ademais, urge que o Estado, por intermédio do seu poder bicameral legislativo, crie uma lei que inclua a disciplina "Educação Digital" para os ensinos fundamental e médio, a fim de orientar o cidadão sobre o uso correto das plataformas e redes digitais.