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Enviada em: 05/11/2018

As grandes navegações, marco inaugural da globalização, permitiram ao mundo a fusão de diferentes tipos de informações. Atualmente, com a disseminação do acesso às tecnologias, a globalização atua de modo que as informações possam se perpetuar pelo mundo. Contudo, esse acesso massivo às mídias faz com que a sociedade, em sua maioria, se transforme em um corpo alienado, dócil, sem visão crítica e, portanto, manipulável. Ademais, esse corpo social é tratado como um mercado no qual as informações devem ser vendidas, contribuindo, dessa forma, para a aniquilação do pensamento autônomo.   A mídia, desde sua popularização, atua como uma das protagonistas na formação individual do cidadão. Isso, pois, o acesso a informação, fator facilitado pela globalização, juntamente com a mídia, age como os sofistas, amarrando ideias prontas aos indivíduos, fazendo com que esses não desenvolvam o senso crítico. Dessa forma, assim como analisa Paulo Freire, a sociedade, corpo dócil, se transforma em uma espécie de massa de manobra que, devido ao senso comum propiciado pela mídia sofista, pode ser facilmente manipulado.   Além disso, como fator agravante, os receptores das informações são vistos como um mercado consumidor. Com isso, as fontes emissoras polarizam as ideias transmitidas de modo que, assim como no modelo Toyotista, as informações sejam produzidas de acordo com os gostos de seu receptor. Dessa forma, acorrentados em um sentimento falso de pensamento autônomo, os indivíduos recebem as informações, as incorporam em si como se fossem suas e, de forma ignorante, as reproduzem.   Portanto, nota-se que medidas são necessárias para que a sociedade deixe de ser alienada e dócil, eliminando também a visão do corpo social como um mercado. Para isso, o governo federal, juntamente com o Ministério da Educação, deverá, por meio da lei, aumentar a carga horária das aulas de sociologia e filosofia, matérias que auxiliam no desenvolvimento do pensamento crítico. Ademais, o governo deverá, por meio da própria mídia, criar campanhas que advertem a população sobre informações polarizadas evitando sua reprodução. Desse modo, a sociedade se desprenderá das amarras da manipulação, podendo, finalmente, desfrutar do sentimento, real, de pensamento autônomo.