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Enviada em: 05/11/2018

Com a massissa popularização da internet, a partir dos anos 2000, os usuários realizam várias atividades utilizando a rede, tais como ver filmes, ouvir músicas, comprar os mais diversos produtos, estudar e se informar. Todas estas atividades deixam rastros na "nuvem" de informações da internet. São justamente estes rastros que abriram precedentes para a manipulação do comportamento do usuário a partir do controle de dados. Neste contexto, se faz necessária a análise e compreensão desse fenômeno de manipulação que agora usa os "algoritmos computacionais".         O fenômeno de manipulação do comportamento das pessoas não é novo. Vide o que aconteceu na Alemanha nazista: uma narrativa foi vendida para toda a população e todos os horrores aconteceram com o consenso da maioria. Mas na atualidade, os poderosos dispõem de sofisticadas ferramentas informacionais para alcançar seus objetivos: especialistas políticos questionam a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Eles alegam que o político utilizou os rastros deixados pelo usuário na internet para segmentar e direcionar a propaganda, e assim "vender" para cada um exatamente o que o usuário desejava. Dessa forma, manipulando o comportamento do cidadão - e o que é pior, sem que ele perceba.          Nessa mesma linha, agem as empresas e prestadoras de serviços. O usuário não sabe mais se o que ele escolhe é realmente fruto do seu desejo ou obediência influenciada, já que todo o seu comportamento é monitorado pela rede. O filósofo francês Michel Foulcault dizia que todo linguagem tem ideologia. Neste sentido, o controle de dados na internet contribui para construir uma linguagem específica para cada usuário e assim impor sua ideologia, seja ela uma música, uma série, uma roupa ou mesmo um presidente.         Diante do exposto, conclui-se que os usuários da rede devem se proteger dessa nova forma de manipulação. Neste sentido, o Governo, através do ministério das telecomunicações deve emitir uma resolução que obrigue os sites a sempre perguntarem ao usuário se ele aceita ou não que o site colete informações sobre o seu comportamento na rede. Dessa forma, a tensão entre o que o usuário deseja e o que é melhor para ele e entre o transparência e o lado comercial será pelo menos reconhecida pelo usuário e ele estará menos exposto a essa manipulação comandada por algoritmos.