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Enviada em: 13/11/2018

FALSA LIBERDADE              A internet surgiu nos EUA durante o período da Guerra Fria com o objetivo de aprimorar as comunicações e estratégias de guerra. Com a globalização, essa rede virtual se difundiu para os quatro cantos do mundo e facilitou as atividades diárias. Entretanto, o que se percebe nos dias atuais é uma avalanche de informações despejadas sobre os usuários, que são manipulados – sem que percebam – de acordo com seus próprios gostos e pesquisas realizadas frente à máquina. Nesse contexto, a fata de privacidade e liberdade leva a uma manipulação do comportamento individual, que afeta a vida de milhares de pessoas.              Em primeira análise, vale destacar os perigos da internet. Segundo uma pesquisa do IBGE de 2016, mais de 60% da população brasileira acima de dez anos utilizam a rede virtual. Isso representa que muitos indivíduos estão sujeitos a terem seus dados salvos por algoritmos - sistemas que armazenam e filtram as preferência e gostos – para posterior divulgação de anúncios de “seu interesse”, o que confirma a ideia do geógrafo Milton Santos de uma globalização perversa, na qual o capitalismo atual coloca o lucro acima de tudo, inclusive das liberdades individuais.              Além disso, esse controle de dados traz consequências negativas para os usuários. Esse cenário propulsiona o consumismo desenfreado, pois propagandas de mercadorias são expostas frequentemente aos internautas em suas redes sociais e correios eletrônicos, sem que esses realmente procurem por algo. Logo, essa manipulação da personalidade gera uma falsa liberdade de navegar na internet com segurança e sem influências externas.              Fica evidente, portanto, que a internet manipula o comportamento e afeta a vida de seus usuários. É preciso que o Poder Legislativo crie leis mais rígidas para as empresas de tecnologia virtual, pressionando-as por uma maior segurança dos dados pessoais inseridos na rede. Essas empresas, como Google e Microsoft, devem desenvolver mecanismos de proteção aos usuários mais eficientes, impedindo que a privacidade desses seja exposta de modo injusto. Dessa maneira, pode-se usar a internet com mais segurança e se apropriar desse instrumento da globalização a favor da sociedade – diferente daquele contexto perverso previsto por Milton Santos.