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Enviada em: 05/11/2018

A questão da manipulação do comportamento de usuários de aplicativos, ocasionada pelo controle dos dados na internet é um assunto de relevância para a geopolítica global. A recente eleição para presidente dos Estados Unidos, e o referendo que ratificou a saída do Reino Unido da União Européia estão sob suspeita de manipulação por meio de propagandas desenvolvidas a partir do perfil dos internautas utilizando, nessas operações, dados pessoais de milhões de contas. Convém, dessa forma, o estudo das consequências e empecilhos dessa problemática.        Em primeira análise, é preciso ressaltar a grande influência da internet na sociedade contemporânea. Segundo dados do IBGE, cerca e 65% dos brasileiros de 10 anos ou mais utilizam a internet no cotidiano. Assim sendo, ao possuir acesso ao histórico e pesquisas, "curtidas" e compartilhamentos, torna-se fácil a utilização de plataformas como o Facebook para a propagação não apenas de discursos políticos, como de produtos comerciais envelopados com as características necessárias para ser aceitos pelo consumidor final. De fato, tal prática denota uma política de marketing agressiva e desleal, cerceando o poder de escolha do indivíduo através da indução.       Outrossim, alguns fatores atravancam a resolução do impasse. Um exemplo disso é o método de financiamento dessas redes e aplicativos, que se dá por meio da venda de espaços publicitários. Da mesma forma, verifica-se pouca inclinação do poder público no intúito de criar mecanismos legais para coibir e regulamentar tais práticas.       Portanto, medidas devem ser tomadas no sentido de solucionar esse dilema. Sesse sentido, as mídias digitais devem adotar meios e capitalização que não manipulem o público, como mensalidades a preços módicos. Por outro lado, cabe ao poder legislativo a criação e aprovação de de leis que garantam o sigilo e a segurança dos bancos de dados nos navegadores digitais.