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Enviada em: 05/11/2018

Acordar cedo e ir ao quintal pegar o jornal diário impresso para se informar sobre o mundo ao longo do dia, ir à videolocadora escolher filmes diversos para assistir nos finais de semana e, ir à lojas de CD’s e poder escutar aos mais variados estilos musicais antes de comprar um disco, nos remete a um passado não muito distante que, apesar de aparentar-se obsoleto, nos trazia a oportunidade de modelar nosso comportamento de maneira mais crítica, abrindo possibilidade de conhecer e confrontar com o novo, o desconhecido.  Embora a internet nos dê a possibilidade de ler o jornal, assistir a filmes e ouvir a músicas de maneira mais acessível e quase instantânea, ela nos dá a falsa sensação de fazermos tais escolhas de maneira voluntária. Mas não. Mal sabemos que os grandes portais de notícias e as gigantes plataformas de mídia online, ao obterem um banco de informações de seus usuários, criam, através de algoritmos muitas vezes conectados a interesses publicitários, um mundo de alienação em que somos levados a ter acesso não necessariamente a um universo pluricultural, mas a um no qual acessamos aquilo que, aparentemente, nos mostra ser mais atrativo. Assim, manipulamos nosso comportamento de um jeito menos crítico, quando partimos da ideia de que o senso crítico é formado do resultado da análise de visões diversas, e não apenas daquilo que nos agrada.  Desse modo, a fim de evitar a formação de atuais e futuras gerações que, devido ao controle de dados na internet, regridem culturamente, há a necessidade da implementação de Acordos, através de reunião (específica para o assunto) de todos os países membros da Organização das Nações Unidas – pois se trata de um fenômeno global -, com a finalidade de explicitar até qual ponto é legal empresas utilizarem banco de dados de usuários para interesses que vão além da segurança digital.