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Enviada em: 05/11/2018

Com o surgimento das NTCIs (Novas Tecnologias de Comunicação e Informação), o processo de globalização se intensificou, sobretudo, nos últimos dez anos, com a ascensão da internet. Presente na vida de boa parte da população mundial, a internet tem exercido uma influência expressiva na vida dessas pessoas, gerando uma problemática no que tange ao teor manipulativo de tal influência. Hoje, com o poder das massas nas mídias, a internet é capaz de disseminar inverdades que mudam rumos históricos e, outrossim, homogeneizar uma cultura padrão, criando uma espécie de "bolha? social que inibe o acesso completo dos internautas à informação.      Nesse enfoque, é lúcido ressaltar como a disseminação de "fake news" corrobora a manipulação da opinião de determinado segmento. Em pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), constatou-se que 64,7% da população brasileira acima dos 10 anos de idade teve acesso à internet. Assim, boa parte desse percentual faz uso das redes como centro informativo. Enquanto imersos na Era da Pós Verdade, na qual a opinião está acima da informação, tais usuários tendem a manter um comportamento parcial perante situações polêmicas, como as eleições presidenciais de 2018. Portanto, boa parte disso se deve ao controle ideológico midiático, que seleciona conteúdos compatíveis com os anseios do internauta, gerando, possivelmente, uma interferência de cunho político, social e econômico, a exemplo do fenômeno do "Brexit?, plebiscito que alterará os rumos de toda uma nação.      Convém, ainda, analisar de que forma a internet pode mudar gostos e costumes, contribuindo com uma padronização cultural. Em princípio, é preciso destacar o interesse comercial de empresas no controle comportamental dos usuários. O escândalo do Facebook ilustra bem essa questão, visto que a venda de informações pessoais fomenta certa alienação cultural devido à visibilidade massiva daquilo que condiz com a realidade do internauta. Ou seja, paulatinamente, os usuários perdem sua visão crítica para com aquilo que difere de si mesmo. Embora a disseminação da tecnologia permita um maior fluxo de ideias, a manipulação das mídias conduz a um enclausuramento social, corroborando o estranhamento ao diferente, devido à padronização de atitudes e idealizações, o que configura a teoria do fato social do francês Émile Durkheim.      Frente a tais impasses, urge, por conseguinte, uma medida educativa. O Ministério da Ciência e Tecnologia deve promover cursos de educação digital e disponibilizá-los, gratuitamente, a todos os públicos. Por meio de um cadastro que colete informações acerca da faixa etária, principais atividades na rede e preferências culturais, o mesmo conteúdo será transmitido conforme as características do participante. Por exemplo, uma criança pode aprender a não fornecer dados pessoais sem autorização de seus responsáveis, ao passo que um ativista político pode entender a importância de buscar fontes confiáveis. Ademais, anúncios publicitários desses cursos devem ser veiculados nos sites de maiores visualizações. Desse modo, espera-se educar e alertar os diferentes internautas a não se deixarem manipular pelo mundo digital.