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Enviada em: 05/11/2018

No livro 1984, de George Orwell, a verdade era apenas um detalhe, moldado pelos jornalistas do partido conforme a necessidade. Fazendo um paralelo com a realidade atual, pode-se dizer que os que controlam os dados na internet, tal qual o Grande Irmão da distopia, manipulam a realidade das pessoas como é conveniente para seus fins econômicos, políticos e sociais. Para que a sociedade não entre em uma espiral de alienação orwelliana, faz-se necesário analisar as consequências e solução desse problema.       Primeiramente, é notável que a forma mais clara da manipulação do comportamento das pessoas, pelo algoritmo que controla o que é mais relevante, se dá na política. E isto pode ser visto no exemplo da eleição de Donald Trump. Por mais que as pessoas ficassem escandalizadas com suas declarações xenofóbicas e machistas, os algoritmos detectam que isso é relevante, dando assim mais e mais ibope ao candidato, sendo crucial na sua visibilidade e eleição. Aí reside o problema fundamental do algoritmo que define a relevância, a divulgação e fortalecimento de ideologias muitas vezes ruins e suprimindo a pluralidade de ideias, principalmente de outras visões políticas.       Outro aspecto da manipulação, e este é o mais vil pois por vezes tem consequências desastrosas, são as chamadas "fake news". São as notícias falsas que são feitas e espalhadas pela internet muitas vezes por empresas com esse propósito, as vezes pagas por alguém. Nos aplicativos de mensagens de texto, que segundo dados do IBGE de 2016 é o que a grande maioria usa na internet, a "fake new" pode circular livremente nas bolhas sociais das pessoas, a exemplo do caso das vacinas, que levaram muitos pais a não vacinarem seus filhos, o que acarretou na volta do sarampo, doença já erradicada.       Portanto, fica claro que a manipulação das opiniões através do controle de informação é algo que deve ser combatido. É necessário que os indivíduos sejam conscientizados a procurar o máximo de fontes possíveis sobre um mesmo objeto, o que pode ser feito através de propagandas governamentais em rede nacional, especialmente alertando para as "fake news", para que assim a população possa formar opiniões embasadas e não somente influenciadas por uma específica.