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Enviada em: 05/11/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca do papel da internet no controle comportamental do usuário. Segundo Martin Luther King, ativista estadunidense, toda hora é hora de fazer o que é certo. Nessa lógica, observa-se um distanciamento desse ideal na contemporaneidade, uma vez que a internet é utilizada para moldar o comportamento dos usuários. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, basta analisar como isso ocorre e o papel das empresas nesse cenário.    Em primeiro lugar, vale ressaltar que a Constituição Federal de 1988 assegura a todos os cidadãos o pleno acesso à informação. Entretanto, isso não ocorre com efetividade, haja vista que as redes sociais controlam os conteúdos que serão expostos aos usuários. Isso ocorre, sobretudo, devido à criação de algorítimos digitais, responsáveis pela seleção dos materiais mais relevantes para os indivíduos. Com isso, o cidadão visualiza apenas o que o algorítimo escolhe como importante, fator que contribui para a alienação social. Assim, nota-se que desenvolver ideais sociais, políticos e econômicos em virtude do que é lido online constitui um risco, dado que o ambiente cibernético é vulnerável à manipulação.   Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que os avanços tecnológicos dos meios de comunicação, como a internet, possibilitaram que o mercado capitalista utilize as redes sociais para impulsionar o consumo. Isso advém da democratização do acesso à internet, aspecto que favorece um maior alcance social. Por conseguinte, quando as empresas usam as mídias online para influenciarem ações de compra e novos interesses, o consumidor perde sua autonomia online. Para corroborar, segundo um estudo publicado pela revista Neurology Now, o uso excessivo de internet pode causar alterações no comportamento humano. Isto posto, nota-se inconformidade com a frase do filósofo John Stuart Mill, "Sobre seu próprio corpo e mente o indivíduo é soberano", posto que a soberania comportamental online é manipulada e ameaçada.     Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram com o atual quadro negativo. Ao Ministério da Educação, cabe auxiliar na informatização populacional, por meio da elaboração de palestras públicas nas escolas com profissionais da área de tecnologia informacional, a respeito da manipulação de conteúdos e informações que acontece no meio cibernético e as consequências, com o propósito de informar os riscos ao corpo social. É imprescindível, também, que o Poder Legislativo crie uma emenda constitucional que limite o uso de algorítimos por empresas, sujeito à medidas punitivas, com o objetivo de possibilitar a soberania online e proporcionar a proliferação de novos conteúdos.