Enviada em: 05/11/2018

Em uma análise da sociedade contemporânea, é possível notar a consolidação do meio técnico-científico-informacional, o qual foi responsável pela criação de novas tecnologias de informação, como a internet. Nesse contexto, tornou-se mais fácil manipular os usuários virtuais por meio da utilização dos dados que tais indivíduos acessam no ambiente cibernético. Acerca dessa problemática, dois aspectos fazem-se relevantes: o comprometimento da liberdade de escolha das pessoas, bem como o aumento do consumo.            De início, é indubitável que o uso de dados virtuais para moldar o comportamento dos usuários na internet é uma violação à autonomia das decisões de um indivíduo. Nesse sentido, para o Papa Francisco, a falta de informação é o maior pecado que um meio de comunicação pode cometer, pois leva a opinião pública a uma direção única. De maneira análoga, ao selecionar o que um usuário terá ou não acesso, a internet cumpre um papel semelhante, uma vez que também influencia a pessoa a uma escolha exclusiva. Um exemplo dessa situação pode ser observado no “Twitter”, no qual existe uma página nomeada como destaque, que, de maneira desconhecida pelos usuários, seleciona os interesses de cada inscrito na rede social.            Ademais, é válido ressaltar que a manipulação de dados pela internet também contribui para a ampliação do consumismo na sociedade atual. Isso acontece devido ao excesso de propagandas que o histórico de pesquisas de um usuário pode gerar. Como exemplo disso, nota-se que, após pesquisar preços de panelas na internet, as redes sociais de tal indivíduo ficarão repletas de propagandas de diversos utensílios domésticos. Como desdobramento, essa situação pode acarretar no aumento de compras sem necessidade, e por conseguinte, no aumento da geração de lixo, o que é prejudicial ao meio ambiente.          Portanto, medidas atitudinais e estruturais são necessárias para que os usuários da internet saibam lidar corretamente com as tecnologias advindas do meio técnico-científico-informacional. Para isso, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério das Telecomunicações, a realização mensal de campanhas de informação nas redes sociais, como o “Facebook” e o “Twitter”, por intermédio da divulgação de instruções de como utilizar a internet com eficiência, tais como dicas para não ter o comportamento moldado pelo meio cibernético e alertas sobre o perigo das propagandas e do consumo desnecessário, com vistas a formar usuários consciências dos perigos da vida virtual.