Materiais:
Enviada em: 05/11/2018

O pensamento social, enquanto saber, deve ser mutável e evolutivo. Cabe a ele analisar as formas de organização da sociedade, bem como o desenrolar dos problemas pertinentes a ela. Nesse sentido, se faz necessário refletir criticamente sobre o atual quadro de manipulação do qual a população é vítima, especialmente no ambiente virtual. Não raramente isso se dá em função da ausência de uma legislação especifica para o ambiente virtual, que se reflete diretamente na falsa sensação de liberdade e no controle do comportamento de massas.        A priori, a indústria Cultural, definida dentro dos moldes de produção capitalista, redefiniu a forma como a cultura é consumida hoje, já completa a chamada Revolução Tecnológica. A partir da primeira década do novo século, percebemos cada vez mais a necessidade de consumo de bens culturais “on demand”, e com a popularização da internet somos diariamente bombardeados com novidades quanto a esse tipo de demanda. No entanto, com o uso de algoritmos e inteligência artificial, especialmente aquelas responsivas, não é incomum perceber que vivemos verdadeiramente em uma bolha que simula liberdade de escolha, quando, na verdade, ela nos impulsiona aos interesses de consumo do mercado. Infelizmente, tais processos competem para a alienação e emburrecimento populacional, atingindo o senso crítico e a capacidade de pensamento autônomo.        Em segundo plano, questiona-se a possibilidade de vivermos hoje um 1984 pós-moderno. A enxurrada de informações as quais somos submetidos não necessariamente nos torna seres mais reflexivos, uma vez que não há relação direta e clara entre quantidade de informação e qualidade dessa informação. Em paralelo à obra de George Orwell, na qual o Estado controlava o conhecimento e vigiava constantemente o sujeito, hoje esse controle estatal foi substituído pelo controle autômato das linguagens de programação, que arbitrariamente selecionam o que se produz e distribuem com maior ou menor intensidade. Tal estratégia de controle de massas pode gerar o chamado “efeito manada”: a reprodução a nível individual de comportamentos grupais. O desenvolvimento da tecnologia transmutou o Grande Irmão de uma “teletela” em um algoritmo de controle, logo, faz-se necessário um conjunto de ações que visem mitiga-lo em definitivo.        Nesse sentido, cabe ao Estado, órgão responsável pela criação de políticas públicas que salvaguardem o interesse do cidadão, por meio das pastas específicas de controle de mídia, dentre eles o Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicações, revisar ou reformular o Marco Civil da internet a fim de impedir que dados privados sirvam a interesses das grandes corporações. Dessa forma, será possível promover mais segurança e tranquilidade aos cidadãos brasileiros no ciberespaço.