Materiais:
Enviada em: 07/11/2018

No poema "No meio do caminho", do autor Carlos Drummond de Andrade, tem-se a alusão de uma pedra como um percalço do cotidiano. Todavia, no contexto não literário, esse obstáculo torna-se perceptível em um novo âmbito: a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Essa problemática persiste, intrinsecamente, ligada à realidade do país, seja pela falta de liberdade de escolha, seja pelas implicações.       É indubitável que ultimamente as maquinas estão se tornando mais inteligentes, com isso vem novos avanços nas tecnologias e o principal no momento é o algoritimo. Esse sistema está sendo utilizado por várias empresas e se baseia na filtragem e apresentação de conteúdos de acordo com os gostos e perfil da pessoa. Porém essas sugestões de conteúdo podem influenciar nossas opiniões, já que as mídias e, principalmente, as notícias aparecem prontas de acordo com o que o sistema acha que devemos ver, escondendo grande parte das informações restantes, não disponibilizando então, o direito de escolha do conteúdo. De acordo com Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os individuos precisam ser tratados como pessoas que têm dignidade, e não apenas como objetos que possuem algum valor, sendo assim, por mais que o algoritimo nos ajude em alguns aspectos, todos nós devemos ter liberdade para escolher os assuntos que desejamos ver nas redes sociais, e não ter eles impostos para nós.       Outrossim, destaca-se as implicações como impulsionador do problema. Segundo Sócrates, os erros são consequência da ignorância humana, logo, é válido analisar que muitas pessoas de idade e crianças utilizam a internet, esses dois grupos, na maioria dos casos, não possuem conhecimentos suficientes para buscar mais informações e notícias concretas, aceitando apenas o que o algoritimo apresenta. Isso faz com que a terceira idade tenha uma maior probabilidade de não ter acesso à realidade das notícias pelo mundo se tornando ignorantes nesse aspecto, e as crianças se tornam um alvo fácil da mídia comercial, sendo bombardeadas com comerciais de brinquedos e jogos.       Diante dos argumentos supracitados, é nítido, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a redução do problema. Destarte, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), com o Ministério da Justiça (MJ), devem instituir a opção da utilização, ou não, do algoritimo pelas pessoas, e um sistema onde os individuos trabalhem com essa tecnologia, promovendo mais acesso às informações por meio dessas três opções, combatendo a ignorância e a exposição excessiva ao consumo.