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Enviada em: 05/11/2018

É incontestável que a tecnologia e o amplo acesso à informação vem transformando as estruturas sociais e familiares. Em nível individual, a leitura do mundo e até o aprendizado são alterados. As crianças tem acesso à internet cada vez mais cedo e os mais velhos se interessam mais pelo mundo virtual. Financeiramente, tudo isso se faz mais próximo, também.       Apesar de uma aparente popularização dos ambientes digitais, pouco se fez para instruir os usuários do que de fato é e como funciona a internet. A existência de um algoritmo para manipular a distribuição de conteúdo, por exemplo, é desconhecida por uma grande parcela dos internautas.       Para manter assinantes e fãs mais satisfeitos, plataformas e páginas delimitam o conteúdo exposto a eles de acordo com escolhas anteriores. O risco nessa moderação automatizada é não permitir que se vá além. O conhecimento não se diversifica e narrativas se repetem. Não são conhecidos novos gêneros musicais, por exemplo, e opiniões dificilmente mudam. Outro risco bastante grave é permitir que grupos elitiados manobrem a massa em prol de suas prioridades. O resultado de tudo isso pode ser oposto ao que se esperava da globalização da informação: a atrofia da capacidade crítica e da busca por conhecimento.     Como atitute inicial para reverter esse cenário, vejo necessária a instrução ampla sobre o funcionamento da internet. Trazer essa temática para ambientes escolares, em meu ponto de vista, já não se faz mais opcional, tendo em vista acesso crescente à tecnologia.         Em níveis individuais, acredito ser importante manter hábitos que garantam contatos com narrativas diferentes. O uso de outras ferramentas e mídias para entretenimento e aprendizado, como a leitura, a televisão ou mesmo debates em coletivos culturais podem garantir que nos mantenhamos individuos críticos, cultos, diversos e mais difíceis de manipular.