Enviada em: 06/11/2018

No auge da 4ª Revolução Industrial, a sociedade democrática brasileira enfrenta a manipulação de seu comportamento na internet, considerada um dos maiores problemas decorrentes da tecnologia e seus afluentes. Dessa forma, há duas realidades que influenciam diretamente no problema: a bolha ideológica e as notícias falsas. Em primeira análise, pode-se dizer que qualquer informação é encontrada na internet, o que facilita o cotidiano da população. Porém, a partir do momento em que as pessoas buscam apenas por aquilo que as interessa, é criada uma bolha ideológica através de algoritmos e Inteligência Artificial, em que elas só enxergam aquilo que está diante dos próprios olhos. O filósofo Zygmunt Bauman criou o termo "modernidade líquida" para descrever a sociedade atual - sem desejos sólidos e duradouros, como antigamente - em que cada um vive em sua bolha ideológica, gerando individualismo e falta de empatia pelo próximo. Por conseguinte, é necessário avaliar que a partir do momento em que se vive em uma bolha ideológica, torna-se mais propenso a receber as notícias falsas, popularmente chamadas de fake news. Um dos maiores exemplos de fake news foram as relacionadas às eleições de 2018, em que houveram notícias falsas de ambos os lados da polarização política. De acordo com Isaiah Berlin, a liberdade positiva se faz presente nos direitos individuais de cada um, como a liberdade de expressão, por exemplo, mas ela se torna negativa a partir do momento em que fere a liberdade do outro. É inegável que quanto maior o acesso à informação, menor é o aprendizado e mais difícil de filtrar os fatos, assim como as suas precedências. Sendo assim, é preciso discutir soluções para o impasse. Levando em consideração que o maior alvo da internet é o público jovem, as Superintendências Regionais de Ensino (SRE) poderiam, em conjunto com escolas e universidades, promoverem aulas e palestras transdisciplinares sobre comportamento saudável na internet, de forma que isso dificulte a manipulação de dados dos usuários. A partir disso, o relacionamento entre o homem e a máquina se tornaria mais saudável de forma a transformar a polarização em unificação do povo brasileiro.