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Enviada em: 08/11/2018

“A técnologia muda o mundo“. Quando Steve Jobs, co-fundador da empresa Apple, cunhou a frase anterior, sua intenção era de que as novidades tecnologicas guiassem a sociedade para um futuro melhor. No entanto, os últimos anos demonstraram que o corporativismo corrompeu esse ideal. Atualmente, as inovações, tão almejadas pelo inventor, são utilizadas para coletar dados de usuários na internet e manipular estes a consumir informação e cultura de acordo com os desejos do mercado.       Primeiramente, é necessário destacar que as redes sociais são, nos dias de hoje, o principal meio de propagação de notícias. Porém, em plataformas como o Facebook, o Twitter e o Instagram, a medida que o internauta interage com as postagens, o sistema detecta um padrão e então começa a dar destaque às notícias que despertarão o interesse dessa pessoa mantendo-a, assim, ativa em sua rede por horas. Por conseguinte, cria-se uma bolha social que isola o indivíduo de opiniões contrárias às suas, tornando-o intolerante quando confrontado com quem pensa ou age de forma diferente do que este considera normal.        Convém enfatizar, ainda, que a coleta de informações a respeito dos gostos do usuário de internet revolucionou o consumo de cultura na modernidade. Segundo o filósofo Theodor Adorno “a arte tornou-se instrumento industrial que visa o lucro”. Nesse contexto, a técnologia está sendo utilizada para aprender as tendências que a população está seguindo e, com base nisso, promover uma “arte” que a indústria deseja vender. Dessa forma cria-se um sistema no qual não há espaço para o original e o novo, já que este não vende, e há apenas um leque monocromático de opções que as massas compram acreditando ter um gosto individual.        Fica claro, portanto, que o acesso das empresas a dados de comportamento das pessoas online é prejudicial à sociedade e deve ser controlado. Para isso o governo de cada país deve aprimorar suas leis de proteção ao consumidor para que estas incluam, também, a proteção à informações do cidadão na rede, proibindo as corporações donas das redes sociais de armazenar e comercializar esses dados, aplicando severas multas caso o não cumprimento das normas. Tal medida é imprescindível para que o indivíduo mantenha sua identidade e características que o tornam único, sem perder o contato com quem é diferente.