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Enviada em: 07/11/2018

Diferentemente do século XX, imerso em ditaduras nazifascitas, como na Europa, no embate entre ideologias - capitalismo e socialismo - e em regimes autoritários na América Latina, no qual a informação era homogeneizada por grupos, de acordo com interesses ideológicos, o século XXI mostra um novo fenômeno. Esse novo período, também é marcado pelo controle da mesma, mas com intensões mercadológicas e com foco no principal meio de comunicação atual: a internet. Sob essa análise, é válido abordar a perda de senso crítico e de expansão cultural inerentes a esse processo manipulador.    Cabe abordar, primeiramente, que, ao selecionar conteúdos de acordo com o gosto manifestado pelo usuário em suas pesquisas, para que plataformas lucrem com publicidade, empresas como o Facebook e o Google contribuem para a alienação. Essa afirmativa é corroborada pelo conceito de "bolhas digitais", cunhado pelo autor Eli Pariser. Segundo essa ideia, os algoritmos os quais comandam a programação digital e determinam os conteúdos personalizados que aparecerão em destaque para os internautas são responsáveis por expo-los sempre a ideias convergentes as suas, afastando-os de visões contrárias, Dessa forma, a capacidade de refletir e chegar a conclusões livres de polarizações é minimizada,como observa-se em contextos eleitorais.    Além da falta de contato com o embate de ideias, a manipulação de dados pelas grandes empresas da internet, de modo a aumentar a lucratividade, também pode evitar a expansão do conhecimento cultural. Essa ideia pode ser observada na reflexão de Adorno, a qual evidencia que somos livres para escolher sempre a mesma coisa. Ou seja, em meio a uma lógica de Indústria Cultural, somos bombardeados, na internet, por "fórmulas de sucesso" - músicas, filmes ou livros os quais foram aprovados pela maioria das pessoas e, por isso, têm grandes chances de serem consumidos por mais indivíduos. Com isso, os internautas os quais não têm um conhecimento prévio sobre manifestações culturais que fogem ao interesse dessa indústria continuam alheios a elas e permanecem consumindo mais do mesmo.    Fica claro, portanto, que a lógica, predominantemente, lucrativa de empresas como Facebook e Google traz danos aos cidadãos. Com o objetivo de reduzir esse problema, é essencial que os governos federais, por meio de seus ministérios relacionados à tecnologia e à comunicação, proíbam e investiguem essa prática. Isso pode ser feito, mediante criação de leis que punam com altas multas as empresas as quais cometam esse ato e parcerias com instituições do terceiro setor social para recolher dados e analisar a ocorrência ou não da prática no país. Assim, será possível vislumbrar o mundo livre de ditaduras de informação.