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Enviada em: 07/11/2018

Consoante ao poeta Cazuza, "Eu vejo o futuro repetir o passado", a manipulação comportamental de pessoas pelo controle de dados não é um problema atual. De forma análoga, percebe-se que essa vicissitude é uma realidade desde a época das ditaduras ocorridas no século XX pelo mundo. De mesmo modo, na atualidade, as dificuldades persistem, seja pelo usuário ter uma falsa sensação de liberdade, seja pela influência capitalista no mundo virtual.  Convém ressaltar, a princípio, que o usuário sentir-se liberto no mundo virtual é fator determinante para a permanência do problema. Uma vez que, as pessoas não possuem conhecimento sobre os algoritmos e bancos de dados - desenvolvidos por notáveis mentes humanas - determinam a sua próxima visualização na internet, a mesma absorve a sensatez ilusória de liberdade, não percebendo a mão invisível do controlador agindo sobre a sua consciência intuitiva. Confirmando, por certo, o pensamento de Thomas Hobbes, de que "O homem é o lobo do homem". Cabe salientar, outrossim que o sistema capitalista influencia fortemente o mundo virtual. Pela teoria da "Modernidade Líquida" de Zygmunt Bauman, a sociedade encontra-se numa época de constantes transformações e consumismo exacerbado, sendo assim os grandes empresários utilizam dos gigantescos sistemas de banco de dados referentes aos internautas, para manobrar seus investimentos na busca certeira da lucratividade comercial de seus produtos. Em virtude dos fatos mencionados, faz-necessário que a Organização das Nações (ONU) desenvolva junto aos Estados mecanismos para a exclusão imediata dos sistemas de bancos de dados que armazenam os algoritmos referentes aos usuários, pois a manipulação virtual fere o direito de liberdade garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. E a mídia, através de seu poder convencedor deve disseminar campanhas demonstrando aos usuários o conhecimento sobre os casos de manipulação de dados e que não deixem-se levar pela ilusão de liberdade. Assim, indubitavelmente, será sanado o empecilho e deixado de lado o pensamento de Thomas Hobbes e o homem passará a ser parceiro do homem.