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Enviada em: 07/11/2018

Durante a Era Vargas, foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) que era responsável por transmitir apenas notícias que favorecessem a imagem e reputação do presidente Getúlio Vargas e seu governo, censurando notícias de críticas relacionadas a ele. Assim, o governo poderia controlar o que a população deveria saber. Hoje, porém, não é muito diferente, pois os meios virtuais criam algoritmos capazes de identificar conteúdos para os usuários, baseando-se nos seus dados de navegação, interferindo no seu direito de escolha e, consequentemente, no seu comportamento.   Vale ressaltar, a princípio, que com o processo de globalização, as pessoas passaram a ficar mais conectadas e a usar cada vez mais ferramentas digitais no seu cotidiano. Nesse cenário, a forma mais eficiente de alcançar um grande número de pessoas é usando os próprios meios digitais e, pensando nisso, sistemas foram criados para identificar os possíveis gostos de seus usuários, induzindo-os a escolher conteúdos já pré-selecionados, conferindo-lhes uma falsa sensação à liberdade de escolha.   Dessa forma, a navegação de usuários nos meios virtuais os tornam suscetíveis à influências programadas que podem induzi-lo em sua tomada de decisões, mudando o rumo de suas ações. A exemplo disso, tem-se as lojas virtuais que, ao coletar os dados de seus visitantes, seus anúncios de vendas e promoções aparecerão frequentemente para esses usuários, podendo influenciá-los a comprar determinado produto sem que, na maioria das vezes, estejam precisando. Desse modo, o comportamento consumista do indivíduo acaba sendo incentivado.   Torna-se evidente, portanto, que o uso de dados de usuários a favor de determinado setor pode interferir no comportamento do indivíduo por meio da indução dos conteúdos digitais. Sendo assim, é importante que o Ministério da Educação, associado a empresas privadas do ramo tecnológico, ofereça programas de educação digital à população e invista em comerciais televisivos que mostrem aos indivíduos como eles estão vulneráveis às influências dos meios virtuais. Dessa forma, tais ações podem contribuir com o desenvolvimento da autonomia do indivíduo em relação a pesquisa e, consequentemente, o uso consciente de seus dados, não contribuindo com as influências comportamentais induzidas pelo meio digital.