Materiais:
Enviada em: 04/05/2018

Desenvolvimento contrastante   O desenvolvimento da medicina no Brasil apresenta-se paradoxal. Por um lado, cada vez mais pesquisas alertam para a eficácia de métodos terapêuticos experimentais. De outra parte, diversos fatores estruturais limitam o aprimoramento desses métodos. Posto isso, faz-se necessário analisar os entraves à ratificação das terapias experimentais como uma notória saída para doenças.    O Juramento de Hipócrates, base da ética médica e fundamento primordial da formação do profissional da saúde, enfatiza que o principal papel da medicina é zelar pela saúde do enfermo. Nesse âmbito, há de se considerar que muitas substâncias, a exemplo do canabidiol e da fosfoetanolamina, são eficazes no tratamento de doenças, até mesmo agindo sobre tumores, conforme aponta uma pesquisa feita por professores de química da USP. Diante disso, fica evidente que, sob a ótica da premissa hipocrática, os métodos terapêuticos experimentais são uma importante ferramenta no combate a enfermidades.   Não obstante a esse quadro, ainda vigoram no Brasil muitos agravantes que limitam a disseminação de métodos experimentais na esfera médica. A princípio, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, embora tenha liberado o uso terapêutico do canabidiol, ainda resiste em legalizar a adoção de diversas substâncias, como a fosfoetanolamina, de modo a desacelerar o progresso dos estudos sobre esses medicamentos. Outrossim, cabe ressaltar que o fomento à pesquisa científica é deficitário no país, haja vista os escassos investimentos estatais em pesquisa e desenvolvimento, o que, por sua vez, reflete negativamente no avanço dos estudos sobre essas substâncias.    Desse modo, fica claro que o paradoxal cenário brasileiro no tocante aos métodos terapêuticos experimentais exige mobilizações concisas, a fim de corroborar a eficácia desses tratamentos. Para isso, urge que a população, apoderando-se de seu poder coercitivo, pressione órgãos sanitários, como a Anvisa, a legalizar o uso terapêutico de substâncias ainda proibidas no país, seja por meio de abaixo-assinados, seja mediante manifestações coletivas, no intuito de garantir o tratamento de diversas doenças. Por fim, cabe à conjuntura federal do poder fomentar o desenvolvimento do setor de pesquisa no país, oferecendo bolsas científicas nas universidades brasileiras, de modo que cada vez mais substâncias possam ser estudadas e usadas em fins terapêuticos. Somente assim será possível reverter essa contrastante realidade nacional.