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Enviada em: 04/05/2018

Méritocráticos       O sistema de cotas raciais foi introduzido no Brasil com o objetivo de redimir o país dos fato histórico que ocorreu ao longo da colonização -seu passado escravocrata. Dar mais chances aos negros não precisa necessariamente envolver meritocracia, já que normalmente essa parte da população está marginalizada e encontra muitos obstáculos culturais e sociais para melhorar a qualidade de sua vida.       "O Cortiço", de Aluísio de Azevedo, por exemplo, mostra claramente como o conceito de superioridade racial estava presente no cotidiano das pessoas da época. Na estória Bertoleza, mulata alforriada, desejava muito juntar-se com João Romão, mais embranquecido, já que "instintivamente" ela procurava um ser superior ao seu. Isso demonstra que o passado histórico do povo brasileiro foi permeado de muita discriminação racial, colocando os negros quase sempre à margem da sociedade.        Para recuperar esse problema social construído há séculos, o sistema de cotas vem como forma de equilibrar as condições de se alcançar boa condição de vida, já que, de maneira geral, são os negros que tem a menor condição de renda e menores perspectivas de integração social.Também é dado que o esforço e a persistência de jovens negros em passar em universidades, apesar do enorme obstáculo do preconceito racial e assim continuar o curso e melhorar de vida progressivamente, já é em si mesmo um ponto meritocrático.       Portanto, é de suma importância que as universidades mantenham o sistema de cotas por um período indeterminado, até que a causa principal que levou a essa medida seja solucionada: a suposta ideia da superioridade racial. Quando, por sua vez, os dados estatísticos apontarem que praticamente não há diferenças sociais e econômicas entre negros e brancos na sociedade brasileira, então sim poder-se-á indagar porque o sistema de cotas não leva em conta a meritocracia.