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Enviada em: 05/07/2018

“A essência dos direitos humanos é o direito a ter direitos”, a célere frase da filósofa judia Hannah Arendt evidencia a deficiência de mudança de postura no que tange aos moradores de ruas no Brasil. Tal situação é originada devido a duas causas principais: a banalização dos que moram nas ruas e a pouca iniciativa pública para acolher os que tem a rua como lar. Com isso, é urgente a necessidade de parceria entre governo e sociedade para amortização da referida problemática.         À guisa de Hannah Arendt, “uma sociedade superficial produz facilmente um mal que se torna banal”. Nesse contexto, os moradores de rua, por ser um problema que está fortemente ligado à banalização da condição caput, na qual por haver poucas iniciativas, suporte para acolhimento e tratamento dos que moram nas ruas por vícios em drogas, encaixa-se perfeitamente nas palavras da filósofa; o que gera sérias consequências como o aumento do número de sem teto, no qual apresentou um aumento de 156% em 2016. Dessa forma, é necessário ter esse dilema como uma questão social, com objetivo de não torna-lo banal.          A posteriori, a pouca iniciativa pública é um importante tópico fomentador desse problema. Essa conjuntura valida-se no fato que que a maioria dos cidadãos encontram-se inertes a questão dos moradores de rua e o poder público tomou poucas medidas a respeito de tal dilema. Neste cenário, o escritor Manuel Bandeira em sua obra “o bicho”, expressa essa falta de iniciativa quando expõe em seu poema um homem somente observando o mendigo ( ilustrado como bicho), sem tomar medidas para ajuda-lo. Assim, incentivar a população a ajudar os sem teto e melhorar medidas como a criação de moradias para essa parcela da população é imprescindível.            Infere-se que a banalização e tacanha iniciativa públicas são, portanto, importantes vetores dessa problemática. Para desconstruir esse panorama imperativo que o Estado incentive a criação de ONG’s cedendo erário para que voluntários acolham e deem alimento e abrigo a pessoas que moram nas ruas, com o fito de voltar a atenção dos cidadãos para esse dilema social, desse modo tornando-o menos banal; concomitantemente a Secretaria de Assistência Social deve melhorar, aliada ao estado programas como a criação de condomínios para moradores de rua, incrementando policiais para a manutenção da segurança e capacitando os próprios moradores a trabalhar e ser funcionários do condomínio, com a finalidade de tira-los das ruas e dar oportunidade de ingresso na sociedade. Pois, assim, será mais fácil mudar a postura perante tal questão social.