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Enviada em: 26/07/2018

As ruas têm-se tornado lar de milhares de pessoas no Brasil e é um problema causado por diversos fatores complexos e de difícil solução. Tal realidade é mostrada pelo documentário “Eu existo” do Centro Acadêmico XI de Agosto, que busca visibilidade para a vida precária dos moradores de rua e seus sofrimentos, além disso, mostra a importância dessas pessoas na sociedade e que devem ser valorizadas como qualquer outro ser humano. Com isso, vê-se a exclusão vivida por eles e o quão isso é injusto, já que, muitas vezes, vão para as ruas por não ter outra opção.        A princípio, é necessário analisar como a especulação imobiliária colabora para o aumento do número de moradores de rua. Com o avanço do capitalismo, houve uma crescente valorização do solo urbano, que visa o aumento do lucro sobre os imóveis e terrenos. Dessa forma, a aquisição de casas ou morar de aluguel torna-se cada vez mais difícil, pelos preços exorbitantes cobrados por isso e pelos baixos salários que não permitem tal ação. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2015 havia 7,9 milhões de imóveis vagos no país, enquanto o déficit habitacional girava em torno de 6,4 milhões. Assim, constata-se que o problema que leva os moradores a irem para as ruas não é a falta de imóveis, mas sim o valor cobrado por elas que não são capazes de pagar, fato que os obriga a procurar morada nas ruas.        Além do problema da especulação imobiliária, outro fator que faz com que as pessoas tenham que morar na rua é o desemprego. De acordo com a pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), mais de 80% da população de rua não estudou ou não chegou a completar o ensino médio. Com a análise desse dado, é possível avaliar que essas pessoas tornaram-se moradores de rua por não conseguirem emprego ou por trabalharem por salários miseráveis, pela falta de qualificação ou de um bom nível de escolaridade. Com isso, não tiveram condições de se sustentarem e a única saída foi ir para as ruas, para sofrer, muitas vezes, com fome, frio e exclusão social.        Portanto, medidas urgentes se fazem necessárias para solucionar o problema dos moradores de rua. Primeiramente, o Ministério das Cidades deve investir mais recursos no Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, para que aumente o número de casas populares com preços acessíveis para famílias de baixa renda, evitando que essas pessoas vão morar nas ruas e também criar mais abrigos gratuitos para moradores de rua, a fim de diminuir seus índices nas cidades. Além disso, o Ministério da Educação deve criar cursos de qualificação gratuitos destinados a moradores de rua, para que possam se reinserir no mercado de trabalho e se sustentarem fora das ruas. Desse modo, a população de rua poderá ter seu número diminuído e viver com dignidade.