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Enviada em: 31/07/2018

Catalisador social             Em seus estudos, o sociólogo alemão Max Weber defende que o processo de entendimento da realidade social seria possível por meio da compreensão das ações dos indivíduos. Sob essa ótica, os desafios enfrentados pelos moradores de rua em se inserir no mercado de trabalho no Brasil exigem uma discussão mais ampla, haja vista que a problemática persiste intrinsecamente relacionada à realidade do país, seja pela inobservância governamental, seja pelo individualismo social. Nessa perspectiva, é conveniente analisar as principais consequências de tais fatores para a sociedade.           Em primeiro plano, é indubitável que a questão constitucional esteja entre as causas do problema. Isso ocorre porque o Estado falha em garantir moradias à população, fato que aliado ao processo de urbanização, ocorrido no final do século XX, provocou significativo aumento no valor das terras nos centros urbanos, deixando a população baixa renda nas ruas. Sendo assim, tal realidade rompe com o artigo 6 da Carta Magna de 1988, o qual afirma ser dever da União garantir direitos como emprego e moradia.           Outrossim, destaca-se o individualismo da população como impulsionador do impasse. Isso ocorre porque conforme destaca o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em sua obra "Modernidade líquida", as pessoas buscam cada vez mais não se envolver nas relações interpessoais, ato que potencializa o individualismo e contribui para aumentar a exclusão social dos moradores de rua, dado que as oportunidades de emprego para tal público se tornaram cada vez menores, dificultando, assim, a mobilidade social e, por conseguinte, perpetuando o problema.               Destarte, é imprescindível que Estado e a mídia atuem para que tais desafios sejam superados. Para tanto, é imperativo que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Ministério da Educação, será revestido na formação de cursos profissionalizantes e  de bolsas de auxílio voltadas para os moradores de rua que, por meio de aulas gratuitas e ministradas por professores qualificados, terão a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e sair da condição de morador de rua. Ademais, a mídia, por meio de propagandas publicitárias destinadas à população em horário nobre, deve promover a desconstrução do individualismo na sociedade para, dessa forma, promover uma maior oportunidade e participação  dos moradores de rua em ambientes como mercado de trabalho, a fim de que a inserção desse público no processo laboral seja feita de forma mais nítida. Assim, o conjunto Estado-mídia poderá atuar como catalisador, contribuindo para aumentar a velocidade da reação social de combate à problemática.  Assim, mídia e Estado poderão atuar como catalisadores, contribuindo para aumentar a velocidade da reação social de combate à problemática.