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Enviada em: 03/08/2018

Invisibilidade existencial    A Constituição Cidadã de 1988 assegura a moradia como um direito social. No entanto, hoje, ele continua a permanecer no papel, visto que não alcança uma parte da sociedade. Nesse sentido, a existência de moradores de rua é uma questão que necessita ser debatida para que se promova a equidade em todo território brasileiro.    Em primeiro plano, é notável que com o advento do Capitalismo estes nômades urbanos têm assumido grande número. Isso ocorre por diversos motivos, os quais englobam dependência química, desemprego, problemas familiares e perda de moradia. Esses fatores são intensificados pela crescente mercantilização da urbe, ou seja, o alto custo de vida nas cidades. Em decorrência, aqueles que não conseguem obter uma renda suficiente para financiar tal padrão vê-se obrigado a viver nas ruas. Sendo assim, é necessário medidas que diminua a desigualdade social, que é agravada pelo atual sistema financeiro.     Paralelamente a isso, está a invisibilidade sobre estes flutuantes. A falta de empatia e solidariedade para com eles é constantemente verificada nas grandes metrópoles, visto que muitas pessoas passam por esses moradores e ignoram a situação desumana e insalubre -fome, frio e ausência de saneamento básico-  a qual são submetidos diariamente. De maneira análoga, enquadra-se em tal fato o conceito de "banalidade do mal" , da filosofa Hannah Arendt, que aponta a passividade das pessoas frente aos impasses que assolam a sociedade. Desse modo, é fundamental uma mudança na mentalidade coletiva.      Evidencia-se, portanto, que esse cenário inumano precisa ser modificado. Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), efetivar os direitos desses cidadãos, por meio da criação de programas e projetos que promovam sua inclusão, pelo oferecimento de habitação, trabalho e saúde. Em consonância, as ONGs, junto à mídia, devem incentivar e potencializar sentimentos de alteridade baseados em atos solidários, como doações de roupas e alimentos, por parte da população a tais necessitados, recorrendo a campanhas educativas na internet e televisão. Assim, estes nômades urbanos não serão mais um grupo esquecido e invisível, tendo sua cidadania exercida e existência notada.