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Enviada em: 09/08/2018

Na Idade Média, a situação precária das pessoas que moravam na rua já era notória, cuja atenção e suporte não foram devidamente prestados a essas pessoas, dizimadas pela Peste Negra. No decorrer da história, o Capitalismo se desenvolveu e potencializou as desigualdades sociais. Nesse contexto, a crescente exclusão dessa população se configura uma chaga social, uma vez que seus direitos não são assegurados e eles se tornam invisíveis aos olhos da sociedade.       Em primeiro lugar, o Capitalismo aumentou as disparidades sociais e modificou as relações interpessoais. De acordo com o IBGE, havia quase 1,8 milhão de moradores de rua no Brasil em 2012. Nessa lógica, em decorrência do uso de drogas, doenças mentais, briga familiar ou condição financeira, eles têm seu direito ao acesso à moradia suprimido, o que é inconstitucional, visto que a moradia é um direito social. Por conseguinte, esses cidadãos são excluídos, marginalizados e se tornam ainda mais imperceptíveis perante a sociedade. Consoante a Zigmunt Bauman, no mundo líquido de hoje, as pessoas esqueceram o amor e os bons sentimentos em detrimento ao consumismo. Portanto, é preciso criar mecanismos de inclusão e que garantam a sua dignidade.        Outrossim, essas pessoas se tornaram vulneráveis aos riscos de se morar na rua, como violência, incidência e prevalência de doenças e, principalmente, o preconceito, no qual são vítimas constantes de atos bárbaros, a exemplo de um morador de rua que teve fogo ateado ao seu corpo enquanto dormia. Vale ressaltar que a responsabilidade de modificar essa realidade não cabe apenas ao Estado, mas também à sociedade, cuja capacidade de enxergá-los como cidadãos e de ter empatia e compaixão ao invés de medo e pena é imprescindível. Desse modo, é preciso entender que vários vivem nas ruas não por vontade própria, mas por falta de opção, já que muitos deles exercem uma atividade remunerada, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social(MDS).       Para atenuar tal realidade, o Estado, por meio do MDS, aliado as Secretarias Municipais de Desenvolvimento deve garantir o direito à moradia e à dignidade, certificados por lei. Para isso, gastos públicos devem ser direcionados para ações que viabilizem essa situação, com construções de moradia, criação de emprego formal, disponibilização de equipes compostas por psicólogos e assistentes sociais, para que assim, seja possível ressocializá-los e fazer com que eles se sintam cidadãos. Ademais, o Ministério da Educação deve desenvolver nas pessoas valores como alteridade e respeito e exercitar o uso da razão comunicativa emancipatória, que objetiva o atendimento das necessidades coletivas, por meio de discussões e diálogos, a fim de diminuir os índices de violência contra os morados de rua e inclui-los na sociedade.