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Enviada em: 14/08/2018

No filme “Lion” do diretor Garth Davis, retrata a vida de um garoto indiano chamado Saroo, que, em uma noite na estação de trem, se perde do irmão e começa a travar uma luta contra o mundo, vivendo, uma grande parte da história, em viadutos à mercê da fome, violência e solidão. Essa realidade apresentada dialoga diretamente com a vida precária de milhares de brasileiros: os moradores de rua. É necessário entender a problemática que estes estão inseridos e encará-la como um problema social, analisando de que forma a política e própria sociedade atuam nesse contexto.        Os moradores de rua são desumanizados diariamente e as políticas públicas possuem uma grande participação nesse processo. A Constituição Federal assegura a qualquer indivíduo o direito à moradia e à segurança, classificando-os como direitos sociais, e, nesse contexto, é perceptível a falha evidente no cumprimento dessa lei, em que, segundo dado do IPEA, em 2017, no Brasil há cerca de 101 mil moradores de rua. Observa-se, portanto, que um número elevado de brasileiros não possuem o mínimo direito à um direito básico. O que reflete em uma situação lamentável e triste: a não inserção em um âmbito humano e digno de viver.       Atrelado a essa atuação negativa das políticas públicas está a ignorância da sociedade acerca desses indivíduos. Como defendido pelo sociólogo Bauman, o individualismo é uma marca profunda e notável atualmente nos grupos sociais, a falta de empatia pelo outro resulta em pessoas cada vez mais ignorantes e preconceituosas com a realidade do próximo. Isso é o que acontece, muitas vezes, com os moradores de rua. Uma grande parte da sociedade não os veem mais como humanos e fazem da sua existência uma insignificância. Assim, retira-se, sem necessitar de falhas de leis, a humanidade desses indivíduos, perante toda uma sociedade, com essa presente ausência de humildade.       Para resolver a problemática em que os moradores de rua estão inseridos é fundamental a adoção de algumas medidas. Os Governos Municipais devem criar secretarias especializadas na assistência ao morador de rua, realizando procedimentos necessários como acompanhamentos psicológicos, auxílio moradia, alimentação e saúde, além de prepará-los tecnicamente para o mercado de trabalho, possibilitando uma vida digna de um humano. Consoante à isso, a mídia, em parceria com ONG’s devem realizar momentos entre programações que retratem a história dos moradores, toda a trajetória e dificuldades enfrentadas por estes, assim, as pessoas conhecerão e possivelmente possam enxergar nestes indivíduos um ser que precisa de ajuda. Dessa maneira, pode-se reverter o quadro preocupante e lastimável em que essas pessoas se encontram.