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Enviada em: 26/08/2018

Thomas Morus, em seu livro ‘’Utopia’’, descreve uma sociedade perfeita e tolerável, erguida nas bases essenciais do racionalismo, em que não há díspares entre cidadãos e que, o poder administrativo, erguido na vontade geral, atenda e satisfaz demandas do coletivo. No entanto, paradoxalmente ao exposto no livro, hodiernamente no Brasil, observa-se uma omissão social aos moradores de rua, em que são tradados com invisibilidade e excluídos socialmente. Tal fato ocorre devido não só à negligência de valores entre indivíduos, mas, também, políticas carcomidas socialmente às demandas dos moradores.       Numa primeira instância, é perceptível a crescente individualização da sociedade civil, dificultando sua consciência ao próximo. Em tal contexto, de acordo com filósofo Levinas, o homem contemporâneo mantém sua relação alheia de maneira egoísta e sem responsabilidade, preocupando-se apenas com seu ser. Nesse viés, por conseguinte, moradores de ruas são tratados com uma invisibilidade seletiva e social, sustentado por vetores de várias xenofobias e estigmas de ócio perambulante, contrariando múltiplos fatores que os levaram às ruas, seja por conflitos familiares, depressões e dificuldades individuais.     Ademais, é explícita a debilidade de programas sociais voltados para inserção e transvalorização desse segmento social. Sob esse ângulo, entretanto, com um crescimento de 43,7% de moradores de ruas em 2017, de acordo com Nexo, planejamentos de assistências socias são vistos como brandos, seja por baixa colaboração de repasse financeiro e crises no país, alavancando o expoente de exclusão e fugacidade das condições dos habitantes de rua. Nesse âmbito, não obstante, carece políticas públicas específicas para reinserção de moradores à empregabilidade e estratégias de que adquiram valores e funções aos meios em sociedade.       Dessarte, infere-se um extremo distanciamento de uma utopia social para realidade, no qual pessoas são tratadas como inferiores, invisíveis e estigmatizadas socialmente. É mister, portanto, que o Poder Estadual e Estadual Municipal de cada Estado, consoante filiações e repasse do Governo Federal e empresas privadas, deem oportunidades temporárias aos habitantes de rua para seu adentramento à sociedade, por meio de cursos específicos aos moradores para futura empregabilidade, objetivando sua maior valorização no coletivo e mudanças de excluídos no paradigma civil. Além disso, é elementar trabalhos e infográficos educativos feitos por alunos e docentes no meio escolar sobre possíveis causas da entrada de habitantes às ruas para melhor visão e empatia com suas causas, suscitando a catarse para que que a ilusão de ócio em longo prazo seja minimizada entre futuros cidadãos.