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Enviada em: 24/08/2018

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social 35,5% dos moradores de rua encontram-se em tal situação devido ao alcoolismo e as drogas. Além de visarem a rua como um ambiente no qual serve de evasão dos conflitos hodiernos, enfrentam ainda, a invisibilidade social, mediante sua situação, e inoperância estatal no que tange a existência de políticas públicas, esse quadro favorece a construção de um estereótipo negativo, refletindo uma tipificação de xenofobia endógena. Esse grupo, portanto, vivencia as dificuldades cotidianas somadas a gama de incompatibilidades socioculturais permeadas por meio do governo, procriando assim um maior desconforto àqueles que estão em situação de rua.   A priori, de acordo com a afirmação de Milton Santos, uma sociedade alienada é aquela que enxerga o que separa, mas não o que une seus membros. Destarte a isso, o corpo social ao pormenorizar o ser humano em seu estado insalubre, infringe os direitos intrínseco ao homem, desmembrando assim uma camada que seria fundamental na coesão social e mercadológica na economia brasileira. Assim, a desconstrução de qualquer ''aporofobia'' existente e a elaboração do respeito e altruísmo àquele que necessita é relevante, sendo abordada principalmente na educação básica do cidadão.   Outrossim, com a capitalização cada vez mais presente, o desemprego estrutural tem ampliado o índice de moradores de rua, comprometendo também sua sobrevivência. Ainda assim, o desinteresse estatal influencia diretamente no comportamento da sociedade, que reproduz o descaso em incorporar esses indivíduos sem moradia no corpo organizacional e tratá-los como pessoas  que possuem direitos previstos na Carta Magna. Ademais, ONGs e instituições religiosas colaboram para promover a mobilização do Estado, mas o mesmo acomoda-se à estrutura atual e não desempenha suas funções primordiais, que é garantir vida, liberdade e propriedade - segundo John Locke.     Impende-se, portanto, diretrizes a fim de atenuar tal contexto problemático. O Ministério do Trabalho, em conjunto com empresas privadas, deveria criar em todo Estado brasileiro departamentos multidisciplinares que, além de preparar o morador de rua para o mercado de trabalho, garantirá  moradia temporária e cursos profissionalizantes com o fito de aprontar o indivíduo para um emprego futuro e proporcionar, consequentemente, condições basais para uma vida de conforto. O Ministério da Educação teria que criar palestras mensais nas instituições educandárias abordando sobre o repeito e filantropia, desconstruindo ''fobias'' presentes enraizados por um governo imprudente, tendo o auxílio de profissionais da área do direito e professores. Assim, poder-se-á procriar um corpo social agregado e mobilizado com as questões sociais no Brasil.