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Enviada em: 25/08/2018

Eles residem na cidade, mas não são da cidade. Eles estão por toda parte, mas ninguém os vê por toda parte. Suas casas são o que a noite urbana deixa no meio das ruas. Um ponto eles têm de sobra: climatização. Suas climatizações são fruto daquilo que o verão e o inverno têm para oferecer. Assim é a vida de pessoas que estão em situação de rua, uma mistura de existência e invisibilidade, marginalizados pela sociedade e discriminados pelo poder público. Nesse sentido, é essencial discutir quais as dificuldades e carências acometidas a essa minoria social na população brasileira.      Analisa-se, de início, que os fatores primordiais para a manutenção de tal problemática residem na falta de intensos investimentos na garantia da moradia e também em uma falta governamental na transformação social desses indivíduos. A falta de acesso a moradia é um drama crescente em todo o mundo, principalmente no Brasil, pois devido a várias falhas governamentais - corrupção e descumprimento de leis - diversos contingentes se mantém nas ruas. Tal fato acarreta em uma situação de extrema vulnerabilidade para essas pessoas, já que sem o apoio do poder público, atrelado ao desamparo da sociedade e a crise econômica prolongada, a "minoria social" tende a crescer cada vez mais. Prova disso é que segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2012, existem cerca de 1,8 milhão de pessoas em situação de rua em todo o território brasileiro, o que representa cerca de 0,6% a 1% da população.       Pontua-se, ainda, que o elevado individualismo da sociedade moderna fragiliza ainda mais essa parcela da população e os impede de terem seus direitos reconhecidos. O preconceito contra essa população é manifestado através da violência e de xingamentos. Porém, ao fazerem tal ato, não reconhecem o trauma que fazem as pessoas que estão em situação de rua, pois tais ações influenciam a forma como os próprios moradores de rua se percebem e se enxergam, levando-os a pensar que realmente não são “nada”. Ou seja, a própria sociedade como um todo tem uma grande parcela de culpa na perpetuação e na existência de pessoas em situação de rua.    Compreende-se, portanto que ações devem ser feitas em prol da proteção e seguridade dessa minoria. Assim, urge que o Poder Público em parceria com a Receita Federal promova programas de habitação, como aluguel social, e também invistam na profissionalização através de cursos, auxiliando, assim, pessoas que não tem renda até conseguirem se recolocar no mercado de trabalho. Outro fator coadjuvante é que haja uma consciência cidadã perante as minorias,  com a criação de matérias escolares para o exercício da alteridade e empatia, será um meio para transformar a maneira como se vê o próximo. Destarte, como diria o pacifista Gandhi: "O futuro dependerá daquilo que se faz hoje".