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Enviada em: 27/08/2018

De acordo com o sociólogo Èmile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como este, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos sejam garantidos. Contudo, no Brasil isso não ocorre, visto que há um descaso com os moradores de rua, o que se deve a fatores como a uma negligência governamental e exclusão social. Em primeiro lugar, é importante destacar que, segundo a Constituição Federal, é garantido que todos os brasileiros tenham direito à moradia. No entanto, esse direito civil não é posto em prática visto que na cidade de São Paulo existem mais de quinze mil pessoas que moram na rua, segundo censo da secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Em vista disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas pelo Governo para assegurar a idoneidade desses indivíduos aumentado a qualidade de vida. Somando-se a isso, a sociedade, muitas vezes, marginaliza os moradores de rua, tornando-os invisíveis. Segundo o filósofo Pierre Bourdieu, na sua teoria do Habitus, os indivíduos incorporam e reproduzem estruturas sociais ao longo do tempo. Diante disso, nota-se que a questão dos moradores de rua se transformou em algo cotidiano aos olhos de grande parte dos cidadãos, que já se habituaram a ela, deixando a ação de passar por esses indivíduos e se quer notá-los um senso comum. Nesse sentido, uma mudança de valores é fundamental para transpor a barreira de inclusão de pessoas que moram na rua.  Torna-se evidente, portanto, que medidas têm de ser realizadas para melhorar a condição de quem não tem onde morar. Cabe aos órgãos governamentais em parceria público-privado garantir que a legislação seja executada, colocando em prática projetos habitacionais, que nunca saíram do papel, para proporcionar o início de uma desmarginalização que, com o decorrer dos anos, tende a ser efetivada. Ademais, no que tange ao preconceito da população, é necessário que ONGs e a sociedade promovam mobilizações sociais e campanhas que desconstruam as intolerâncias existentes para que essas pessoas deixem de ser "invisíveis". Somente assim, seremos igualitarios e coesos como um corpo biológico.