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Enviada em: 27/08/2018

A capa de invisibilidade.     A questão social em que se enquadram os moradores de rua no Brasil nada mais é do que o reflexo de uma sociedade movida pela lógica do capitalismo e desprovida de altruísmo. Desse modo, é incontrovertível o aumento de situações problemáticas atreladas à invisibilidade social, o que evidencia uma cultura de valorização de acordo com a posição em que cada indivíduo ocupa na sociedade, bem como demonstra a negligência por parte do Estado no que diz respeito a garantia do direito à moradia a toda população.   Fernando Braga da Costa, ao afirmar que, o homem torna-se tudo ou nada conforme a educação que recebe, ratifica a persistência da invisibilidade pública em meio à sociedade. Dessa maneira corrobora-se a discriminação e o preconceito enraizado na população no tocante as classes sociais desprovidas de educação e consequentemente estão associadas a falta de poder aquisitivo. Assim, os moradores de rua são indivíduos que perdem a condição de cidadãos e são submetidos a simbologias pejorativas, bem como sofrem constantemente humilhações e agressões físicas severas que se estendem até a morte.   Concomitantemente a essa realidade social, quando a Declaração Universal de Direitos Humanos fundamenta como direito universal a moradia para todas as pessoas, torna-se evidente a importância de se obter um espaço adequado para habitação. No entanto, o pensamento individualista do Brasil impossibilita o debate sobre o preparo de terrenos e prédios inativos em prol daqueles que não possuem uma moradia. Ademais, a avaliação generalista do Estado dificulta a melhoria das condições em que se encontram os moradores de rua, pois ainda que estejam circunstâncias semelhantes, possuem motivos distintos para viverem em tal situação.      Portanto, é necessário a recuperação de habitações inativas de todo o território nacional, bem como deve-se erradicar o pensamento individualista e insensível de toda a população. Para isso, cabe ao Governo Federal implementar projetos para restaurar prédios e terrenos desocupados a fim de garantir o acesso à moradia a todos aqueles que não têm onde morar, da mesma maneira que o Ministério da Educação deve promover campanhas de cunho social e altruísta em instituições acadêmicas públicas e privadas tanto em nível básico quanto em nível superior, com o intuito de desenvolver uma cultura cidadã a todos de forma igualitária independentemente do poder aquisitivo, tomadas essas medidas e aperfeiçoadas, poder-se-á combater a realidade dos moradores de rua no Brasil.